Pedro Mariano no Festival de Arte de Brasilia

POR ANGELO RAMOS

Convidado pela Neli pra escrever sobre o show do Pedro Mariano dia 05/02, em Brasília, aceitei e estou fazendo uma coisa que não faço sempre - escrever minhas impressões e críticas a respeito de shows. Espero que gostem.

O show do Pedro fez parte da programação do 1º Festival Internacional de Artes de Brasília. As apresentações são todas gratuitas, com o ônus apenas de que os interessados retirem os ingressos na bilheteria, durante a tarde, no dia do show (Acreditem: isso já deu até caso de polícia nesse festival... hehe).

Apostei que o Pedro não teria público em Brasília a ponto de eu ter que dormir na fila. Acertei. Cheguei duas horas antes do horário previsto para a entrega dos ingressos e encontrei no máximo umas 50 a 60 pessoas na fila, o que me intrigou um pouco, pois, apesar de ouvir vários comentários de gente que estava ali pra ver um show do Pedro pela primeira vez, a sala Villa Lobos do Teatro Nacional ficou com muitos lugares vazios; mas, claro, cheio de figuras carimbadas, que se encontram sempre nos shows dele aqui em Brasília (fãs fiéis).

Tivemos um show de abertura de uma artista da cidade. Na minha opinião, totalmente fora do contexto, embora aparentemente até tenha agradado a alguns. Mas vamos ao que interessa...

Estava muito ansioso pra ver o Show 8, por achar que o Cd está muito bom. Mas estava mais ansioso ainda porque dos 4 shows - pelo que sei e presenciei - que o Pedro fez aqui, era o segundo com a banda toda (o primeiro foi da turnê Incondicional, em novembro de 2010).

Apresentações e agradecimentos devidos feitos, Marcelo começou a improvisar o tema de ‘Simples’. Me surpreendeu ser esta a primeira música e, mais ainda, de ela estar no set desse show.

Em ‘Simplesmente’, houve um problema técnico: Thiago não estava ouvindo o click da música pra tocar no tempo certo por causa do sampler (computador). No período em que estavam resolvendo o problema, Pedro perguntou-nos se sabíamos a piada do papagaio. Ouvindo a resposta que não, ele enrolou e acabou não contando. Ficou devendo... hahaha. Fez o comentário de que muitos diziam pra ele levar computador pro palco; e, quando ele leva, acontece isso. Tudo bem: a banda se segura tranquilamente sem sampler. Mas como não ouvir a percussão de ‘Simplesmente’ e ‘Pra você dar o nome’; a flauta de ‘Miragem’; o backing vocal de ‘Estrela de papel’ e os timbres eletrônicos presente em muitas músicas dele? hehe.

Aqui, o “boa noite” e o “brigado geeeente”, que, acredito eu, só viria depois da terceira música como é de praxe, teve que ser adiantado.

Problema resolvido, pediu que esquecêssemos esse detalhe. Saiu da luz e ‘Simplesmente’ veio, agora sim com tudo nos devidos lugares. Simplesmente perfeita.

‘Miragem’ veio em seguida. Na minha opinião, não tão bem executada como todas as outras. Talvez por ser o segundo show da turnê... Não sei, mas no fim passa (Sim, sou muito perfeccionista e exigente... hehe).

Pra começar o show, um bom bloco de músicas, dando continuidade com ‘Perdoa’, ‘Pra você dar o nome’ - que do Cd, pra mim, é a melhor música, o melhor arranjo, melhor tudo... hehe -, seguida de ‘Sei de mim’, que ficou bem legal, mas estou tão acostumado com a voz da Luiza Possi desde o Música de Graça que faltou isso... rsrs.

Em seguida, ‘Procura’ e ‘Pra cada coisa’, que não teve erro como no Citibank e, pelos vídeos que vi, ficou tão engraçado que poderia ter repetido aqui sem problemas... haha.

No próximo bloco, Pedro disse que seriam as músicas em que o público mais se mexe desde o primeiro acorde. Aí veio ‘Quarto vazio’, que, apesar de confessar que gosta muito de tocar bateria nessa música, não seria dessa vez que veríamos tal performance; ‘Estrela de papel’, que não poderia faltar, e ‘Voz no ouvido’, que não poderia faltar menos ainda. Fechou esse bloco.

Aqui, fez menção aos músicos e os apresentou: Thiago Rabello, Leandro Matsumoto, Marcelo Elias e Conrado Goys. Este, fazia tempo que não via e ouvia em show. No último, quem tocou guitarra e violões foi o Gustavo Barros.

Pedro também falou da parceria com compositores e, principalmente, de gravar músicas do Jair Oliveira. Então cantou ‘Lado a lado’ numa interpretação teatral digna de musical da Broadway rsrs.

No bloco de quase fim, tivemos ‘Por nada e por ninguém’, ‘Nau’ e ‘Quase amor’. Em seguida, pra finalizar, ‘Três moedas’.

O tão esperado bis veio com ‘Antes não do que talvez’ e, claro, ‘Livre pra viver’, com direito a quase todo o público em pé no vão em frente ao palco (bem característico... hehe).

Apesar do Pedro ter tweetado antes do show que estava sem voz, isso só era perceptível nas conversas com o público, e aqui faço menção honrosa a parceria com a Sennheiser: a combinação voz do Pedro com o microfone que ele está usando é excelente.

O que realmente gosto nos shows e nos Cds do Pedro, além das músicas é claro, é a qualidade musical de todos os músicos mas, em especial, dele próprio. É fantástico: voz e técnica perfeita. Porém, o que mais me deixa extasiado é o cuidado que ele tem pelas músicas, a atenção aos detalhes, de cada frase da guitarra ou do contrabaixo, aos timbres do teclado e isso demonstrado sempre no palco. Gosto muito das idéias e da execução das baterias nos Cds, mas acho mais a cara dele ser frontman, só cantando mesmo.

Voltando ao show, “no final tudo saiu às mil maravilhas”, nas palavras do próprio Pedro. E, como sempre, ele fez um ótimo show. Pra mim ainda faltou ‘Fora de perigo’ e ‘Pode ser’, mas fica pra uma próxima e que seja em breve... hehe.

Parabéns, Pedro, banda, técnica e produção. Quem foi pela primeira vez e não gostou está precisando rever alguns conceitos... haha.

Meu muito obrigado pra você que leu este texto até o fim, agradeço também a Neli pelo convite em escrevê-lo e parabenizo pelo trabalho.

07/02/2012

Angelo Ramos

@AngeloSRamos

Fotos: Camila Ribeiro_Pedro Mariano_1º Festival Internacional de Arte_Sala Villa Lobos_Teatro Nacional_Brasilia/DF_05/02/2012