sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

BIOGRAFIA COMENTADA E NÃO AUTORIZADA PEDRO MARIANO

PARTE II



Logo após a perda da mãe, eles ficam com a avó e o Tio Rogério (não tenho certeza) é o que parece pelo texto do César no livro em que conta sua biografia. César ainda estava organizando sua vida em São Paulo, voltando a morar na capital Paulista, depois de um tempo no Rio de Janeiro, aluga um apartamento e trás pra perto dele novamente, Pedro e Maria Rita. João fica com o tio Rogério, mas sempre por perto, e não demora muito e volta a morar com César.



César estava apaixonado e envolvido com a jovem Flávia, Flávia Rodrigues Alves, bisneta do presidente Conselheiro Rodrigues Alves. E, para apresentá-la aos filhos, e para um primeiro contato combinam um passeio ao zoológico, segundo ele conta em seu livro:


“...almoçamos todos juntos e, no final do dia, parecia que já se conheciam havia anos.
Nos dias que se seguiram, senti que Flavia tinha tirado um peso dos meus ombros e estava apaixonada pelas crianças, e as crianças, por ela.”

Foto de um livro didático encontrada por Roseli Pedroso
Flávia os visitava com freqüência, e em um dia em que César viajou para o Rio de Janeiro, pediu que ela desse uma olhada nas crianças, apesar de tê-las deixado sob os cuidados da babá que cuidava deles desde pequenos. Ao chegar no apartamento ninguém em casa, a babá havia saído com as crianças e retornou muito tarde, quase meia-noite. Desse dia em diante ela decidiu morar com eles.
A forma com que Flávia chegou e cuidou de todos, além dos filhos e, do próprio César, da carreira dele (e aqui, é um entendimento meu), fez com que ganhasse mais uma canção de César “Íntima” (Ele já havia composto, para a sua "princesa", a canção, Flavia).
Essa canção não existe em trabalhos do César foi feita exclusivamente para roteiro de um dos clipes de um especial que foi ao ar na extinta TV Manchete “A Cesar...” dirigido por Solano Ribeiro em 1984 e ganhou o prêmio "Tucano de Ouro" no Fest-Rio.
E esse clipe “intima” foi gravado em locações em Embú, Centro Cultural São Paulo e o Gasômetro em São Paulo, o clipe está disponível no youtube e pode se dizer que é o primeiro clipe do qual Pedro participou.


Pedro estudou no colégio Pueri Domus, na unidade Verbo Divino, em Santo Amaro. Pelo que contou Maria Rita no Programa “Tempos de Escola” (da TV Futura, apresentado por Serginho Groisman), tanto ele como João Marcello eram “fogo”! Certa vez, um professor percebendo que ela era irmã deles, vira e pergunta: - Você não é igual aos seus irmãos, né?!

Uma curiosidade curiosa (rs rs) não era criança muito ligada a televisão, preferia brincar na rua, jogando taco, empinando pipa, futebol em campinho de terra, jogar futebol de botão, andar de bicicleta, entre outras atividades, mas se tinha uma coisa que curtia assistir na TV, era as comédias de Jerry Lewis e o Filme Tubarão, e a curiosidade é que ao invés de tapar os olhos pra não ver o ataque do tubarão ele tapava os ouvidos (rs rs), claro trilha sonora assustadora de John Willians. Famosa essa né?! E eu por curiosidade fui “curiosar” sobre essa música, descobri que ela só tem duas notas que se alternam. (eu não sabia kkk). Será que era isso que o irritava?! (brincadeira) E o primeiro filme foi lançado no ano que o Pedro nasceu (06/07/75).

Já tentei descobrir pratos preferidos dessa pessoa, já me disseram, no caso, a avó, bolinho de chuva, mas esse nem vale, porque nesse caso, eu que praticamente a induzi; outro prato simples e que disseram que ele gosta muito é bife acebolado. Mas, o que observei de todas as vezes que tento descobrir isso é que a pessoa, pra quem pergunto fica um tempo pensando e não concluindo nada, e ai pude concluir que ele é um bom prato, come de tudo, e ai fica difícil da pessoa dizer do que ele realmente gosta, simples assim.

Apresentada no Programa de Internet
Garagem do Faustão
Pouco depois de completar 11 anos, ganha mais uma irmãzinha, Luisa. Creio que foi também por essa fase, melhor, um pouco depois, que adquiriu seu primeiro disco, um LP do Kiss, “Lick it up”, o primeiro disco em que eles decidiram tirar a maquiagem. Ele lembrou disso em uma entrevista para o Programa Bossa ao Vivo, da Alpha. Eu lembro de ele contar esse fato em uma outra ocasião e dizer que o irmão dele quando o viu chegar com o LP do Kiss, “quis” morrer, ficou doido e reclamou com o César que com toda sua experiência disse: “Calma, isso vai passar.”...e passou. Tanto que ao se referir a essa aquisição diz que todo mundo tem direito a errar. (Realmente a vida é feita de fases). 

César, em entrevistas, diz que todos os instrumentos ficavam à disposição. Nada era trancado, nada era proibido e também nada era forçado. Ele estava sempre disponível para quaisquer dúvidas, mas a escolha foi sempre dos filhos. 
Como já foi dito, desde pequeno Pedro Mariano já demonstrava interesse pela música. Vi citações dele de que ele vivia cantarolando e algumas vezes ouviu de Flávia: “Pare de cantar e vem comer”. Seu irmão, João Marcello, desde quando o Pedro cantava usando os fones de ouvido como microfone, chegou a externar ao César que achava que o Pedro tinha todo talento para o canto, mas segundo decisão tomada pelo próprio César, isso era algo que o Pedro teria que descobrir sozinho. 
Em entrevistas ou depoimentos, Pedro diz que, no primeiro momento, a ideia não era ser cantor. Achava que isso qualquer um poderia fazer (creio que é porque ele faz com naturalidade). Ele queria “aprender” instrumentos, piano, violão/guitarra, trompete, mas não rolou. Sempre que fala sobre isso em entrevistas, brinca, diz que para o violão ele tem muitos dedos e o violão poucas cordas; para o piano, que esse tem muitas teclas e ele poucos dedos, além do que arrumar professor de piano, quando criança, com um pai do nível do dele também não era fácil e o trompete, quando o pai disse o tempo de estudo para ele ser um médio trompetista ele desistiu...e, como ele costuma também dizer, descobriu que o instrumento estava dentro dele (o gene da mãe falou mais alto).

Apresentada no Programa Cocoricó
Mesmo já tendo o dom, ele estudou canto. Sei que uma das suas professoras foi a Maria Alvim e pelo que entendi foi para aprender as técnicas para aquecer voz e outros detalhes técnicos que um intérprete precisa ter conhecimento. 
Na adolescência, ele descobre um instrumento com o qual futuramente iria ter intimidade: a bateria. Essa descoberta se dá por conta de que seu irmão João Marcello, volta a morar com ele, e o João é baterista e a bateria ficava ali, olhando pra ele. O único problema era que ela era montada para destros, o que dificultava pra ele que é canhoto. Porém, não demorou pra descobrir um baterista de uma das bandas que ele formou, canhoto como ele, e ai a coisa engrenou melhor. Hoje em dia, ele mesmo tem tocado em muitos dos seus shows, além de cantar. Mas deixa claro, que ele é um intérprete que toca bateria, não um baterista que canta. Faz questão também de tocar bateria em algumas faixas de seus CDs.

Já que o Pedro tinha que se descobrir cantor por conta própria, por que não dar uma “forcinha”? Acho que foi pensando nisso que João Marcello resolveu o “problema”. João tinha uma banda chamada “Feiche éclair” e jogou a isca. Disse ao Pedro, que na época tinha seus 12 anos, que um dos backing vocals da banda havia ficado doente, que os ensaios estavam prejudicados e que ele precisava de uma ajuda para poder ver se os arranjos estavam bons. Segundo o Pedro, ele foi aos ensaios totalmente na ingenuidade. Foram uns cinco ou seis ensaios. O repertório era formado por duas músicas: "The Union Of The Snake” do Duran Duran e uma inédita da banda.

Chegou o dia do show e João pediu para ele ir arrumado, alegando que talvez o cantor ainda não estivesse bem. Quando chegou a hora de entrar no palco, o João disse que era mentira, que o cara não existia e que ele tinha que subir ao palco e cantar com a banda. Não deu tempo nem pra ele pensar, já o colocaram no palco com microfone na mão e uma luz centrada nele e aí...foi. Pedro disse que só lembra de ficar olhando fixo para o pé (nossa imagino a experiência!). Mas o resultado não foi dos piores, afinal, mesmo pego de surpresa e tímido, o talento estava ali. Os presentes que o conheciam disseram que ficou bom, alguns se disseram até surpresos por não saberem que ele cantava. 
E foi assim, depois dessa experiência que brotou nas cabeças de jovens, adolescentes na verdade, a ideia de uma banda. Pedro juntou-se aos amigos, aqui já rola a ideia de “fazendo música e jogando bola”, pois era a galera do futebol. Fred Godoy, que estudava com ele havia muito tempo, tocava piano. Fred é filho do Amilson Godoy, músico pianista e irmão do Amilton Godoy, pianista do Zimbo Trio (eitá mundo pequeno!). Toda banda tem que ter um galã, e esse galã ainda era craque de bola, Ricardo Natale, tocava guitarra. O Miduca era seu melhor amigo, segundo Pedro, não era galã, mas era doido de pedra, muito engraçado (outro tipo que, segundo Pedro, toda banda precisa ter). Miduca não queria ficar de fora e foi aprender bateria, mas primeiro o João fez um teste e viu que ele tinha jeito, ele foi estudar na escola de música CLAM do Amilton Godoy, tio do Fred, e hoje é um músico de talento. 
Essa primeira banda (em 87/89), o que mais fazia era animar festinhas. O repertório basicamente era “Ultraje a Rigor” e “Paralamas” e às vezes algumas do Michael Jackson. Esse sempre esteve presente nos ensaios e pelo que ele conta os ensaios eram sérios, pelo menos pra ele. Decorar tudo, montar setlist, e como é natural no adolescente tinha muita energia. E ele ainda jogava futebol e andava muito de bicicleta. Mas, mudanças ocorrem no percurso; um muda de colégio, outro muda o foco, o interesse, e a banda se desfez.
Com 14 anos Pedro também passa por mudanças, o pai resolve abrir o seu próprio estúdio de gravação, uma produtora de jingles para peças publicitárias e a família toda se mobiliza para ajudar na montagem, decoração, e a produtora começa a funcionar. O pai resolve lhe fazer um convite para trabalhar como office-boy. Ele estudava no período da manhã e à tarde ia para a produtora, fazia os bancos e outros serviços e depois ficava no estúdio, ajudando como técnico de gravação e produtor de estúdio do Daniel Carlomagno. É nesse período que ele conhece o Daniel, que é um dos compositores que tem estado presente em seus CDs, compositor das canções como: “Nau”, “Só chamar”, “Tá todo mundo”, “Distante Calma”, “Furacão”, “Quarto Vazio” e “Inverno” e mais recentemente "Enfim" e  "Casas".
Pedro viveu todo o dinamismo de uma produtora, que foi, como ele mesmo se referiu, a sua “Faculdade de Música”. E, li uma entrevista “antiga” do César, falando a respeito de compor, fazer arranjos para publicidade, do que se pode fazer, como colocar 5 harpas, um coral de 120 vozes, coisa que não é viável em um disco, nesse tipo de trabalho se pode explorar muitos sons. 
O pai também o ajudou mais ainda no aprendizado, fazendo com que ele gravasse seu primeiro jingle. Eu creio que para não criar tensão, o pai usou de uma “pegadinha”: disse que havia acabado de montar a sala de colocação de voz, que estavam com microfone novo, que tudo já estava ligado e perguntou se ele se importaria de fazer uns testes de voz para testar a sala. Mais uma vez, ele ingenuamente aceitou. Deram-lhe uma folha com uma letra de uma música escrita, colocou os fones de ouvido, ouviu a base e seguiu a sugestão de melodia do pai...e assim, uma campanha de um álbum de figurinhas é a primeira a ganhar a voz do Pedro. 

Teve também uma campanha que fez para uma marca de café, que foi a primeira a ir ao ar. Em publicidade tem que se cantar de tudo, e rolou coisas engraçadas como a música dessa campanha para uma marca de café, era um rap e eram duas vozes: a de um negro e a de um branco. Ele teve que fazer as duas vozes e fez! (Pra quem imitava coiote rsrs. E não recebeu em dobro por isso).

Do livro "Solo César Camargo Mariano memórias"
Luisa, Maria Rita e Pedro
Reprovado no primeiro colegial, ele muda de turma. Por conta disso, conhece o Sergio Jordy e o Kiko Attuy, dois guitarristas que colocam pilha para que eles formassem uma banda. Surge a primeira formação da “Confraria”. Conseguiu retomar o contato com o Miduca, que já estava muito mais aprimorado na bateria e o convida a integrar a banda. Miduca aceita e traz com ele um amigo da outra Unidade do Pueri, o Daniel Porciúncula para o baixo, e nos teclados o Fernandinho. Essa banda ainda tem backings, as “três Marias”( Maria Rita, irmã do Pedro, Maria Fernanda e Maria Paula).

Essa primeira formação da “Banda Confraria” começa fazendo shows para a turma do próprio colégio. O Pedro conta que estavam ele e o Kiko tocando no intervalo das aulas e começou a juntar uma galera. Passaram dias fazendo isso e cada vez mais gente ia chegando. Ai decidiram pedir emprestado o Anfiteatro do colégio, foram liberados, desde que, claro, fora do horário de aula. Pronto! Agora era só fazer a divulgação. Conseguiram ainda convencer a direção de deixar eles tocarem no Anfiteatro no intervalo da manhã, para que assim mais gente pudesse ter a ideia do que rolaria à noite no mesmo lugar. Passaram de sala em sala, das oitavas séries e do colegial, avisando que às 10 da manhã no anfiteatro eles dariam uma palhinha do que seria o show de logo mais à noite. Pedro conta que às 10 horas o auditório estava lotado, que tinha gente “saindo pelo ladrão”. Como era apenas uma palhinha, cantaram umas 5 músicas. O resultado foi bom, apesar de ele dar os créditos mais a quebra de rotina do colégio do que ao talento da banda. À noite, ele, o Kiko, o Jordy e as “Três Marias” fizeram ferver o anfiteatro e tinha muito mais gente pra ver. Pra ele essa foi uma experiência e tanto. Ele trata essa lembrança como sua primeira apresentação “profissional”, e diz que depois disso os dias dele nunca mais foram os mesmos. O repertório foi formado por temas inéditos do Kiko, e uns hits do Lulu e George Michael.
Agora, feita essa primeira apresentação, dá-lhe ensaio. E ai rola o primeiro contrato. Flávia (a boadrasta) fica sabendo pelo contador deles, que era chefe de uma turma de escoteiros, de que haveria uma festa e que eles precisavam de uma banda. Ela sugere a “Confraria” e faz o meio de campo. Como era uma festa, o negócio tinha que ser mesmo um som mais animado, de festa mesmo, mas, mantendo as suas especialidades (Lulu e George Michael).
Esse show é o primeiro que contou com a presença do pai na plateia. Banda completa, figurino, coreografias... Só teve um detalhe: o Jordy, segundo ele conta, não tinha mesmo vocação para músico. Durante o show a guitarra estava desafinada e Jordy, animadérrimo e eufórico, não percebia e nem via os amigos dando-lhe um toque para afinar a guitarra, fato que fez com que o Kiko, ao passar pelo Jordy, desligasse o amplificador e o amigo, como estava totalmente eufórico, nem percebeu.

Mais uma vez, mudanças no percurso, Miduca se muda para Miami para estudar e o ano de 92 é de vestibular. A banda se rompe. 
Sai do Pueri e vai para o Objetivo. Nessa época com seus 17 anos, o João e o Simoninha tinham uma banda: a “Suíte Combo”, e ele freqüentava os ensaios. O Max de Castro também ia aos ensaios e ainda trabalhava de roadie nos shows. Pedro contou em seu blog, que também curtiu as vezes de Roadie do irmão, ajudando a montar e desmontar, limpando peça por peça e criando um vinculo com a bateria. Começou a andar mais e mais com o Max. No Objetivo, Pedro conhece o Festival Interno do Colégio Objetivo, ou apenas, FICO. Fica animado para poder participar de um festival e comenta com o Max. Os dois resolvem assim montar a segunda formação da “Confraria”.
Essa nova formação conta com Max de Castro na guitarra, Dudu Lima na bateria, J.J. Franco no baixo e o Pedro, claro. Pelo que sugere em suas entrevistas, tinha uma pegada boa de rock. Eles tocavam muito Living Colour. (A banda que estava com tudo na época) 
Antes do FICO, a banda se inscreveu no Festival da Cultura Inglesa, com o repertório de Living Colour. Ganhou o prêmio de melhor banda. Max de Castro já compunha e dessa época da “Confraria” saiu “Pra Você Lembrar”, que está no disco Samba Raro, que é bem diferente da versão da Confraria.


Além dessa, Max ainda compôs “Agosto”, que o Simoninha gravou no Volume 2. Para o FICO se inscreveram com “Pra Você Lembrar” e levaram dois prêmios: melhor banda e melhor instrumentista com o J.J. (Dois festivais e três prêmios).
Fest Valda, a coqueluche dos festivais, tinha grandes gravadoras e patrocinadores por trás. Era um festival bem estruturado e as apresentações rolavam no antigo Palace, em moema, São Paulo, o mesmo lugar do Citibank hall, que fechou suas portas em 2012. Onde ele fez lançamento dos seus CDs, e por conta disso tinha uma relação afetiva com a casa. Nesse não teve jeito, ficaram com o terceiro lugar, pois como era um Festival que tinha toda pompa, algumas bandas apelaram, levaram torcida, fizeram aquele tipo de música que você acaba cantando junto mesmo não sendo lá essas coisas.
Banda nessa fase era uma aventura. Não rolava grana e por conta disso o Dudu Lima sai. O J.J Franco, baixista, que havia ganho o prêmio de melhor instrumentista do FICO, recebe uma proposta para tocar com o Benjor em definitivo, já que ele tinha gravado com o Benjor tempo antes. Ele aceita e integra-se a Banda do Zé Pretinho. Sobram o Pedro e Max, que decidem dar uma parada com banda. 
Em 1993, Pedro e Max trabalhando com publicidade, ficam sabendo da nova etapa do Fest Valda, mas não se animam porque não tinham músicos; mas as coisas quando têm que acontecer não tem jeito. Carlos Miele, dono da M. Officer, uma das patrocinadoras do festival e amigo da garotada, diz ao Max que não viu a fita deles na classificatória e o Max disse a ele que não mandaram mesmo, que não estavam empolgados para entrar no Festival. Miele põe a pilha, dizendo que estava faltando uma banda como a deles, e que se mandassem uma demo ainda naquela semana, ele daria um jeito. (anjos existem rs rs). Isso foi um estímulo que os fizeram correr contra o tempo. Resolveram conversar com o Daniel Carlomagno, que trabalhava na produtora do César, que sugere um amigo dele, João Marcelo Viviani para tocar bateria. O João indica o amigo dele, Roger, para o teclado, Max traz o Carlão para a guitarra, e tinham que achar um estudante para a banda, pois o Fest Valda, era um Festival Intercolegial, portanto, as bandas concorrentes tinham que ter pelo menos um estudante. Eles tinham um amigo, o Rodrigo Loirão, que não sabia tocar nada, mas os acompanhava sempre, e pra tocar uma pandeirola tava bom. Assim gravaram a demo com “O Fim da Inocência” do Daniel Carlomagno, uma música muito boa, tão boa que foram selecionados entre as 60 músicas de 800 inscritas. 

Essa edição de 93 do Fest Valda rolou nos dias 30 de junho, 1,2 e 3 de julho, mais uma vez no Palace. Apresentação de Zeca Camargo e Astrid Fontenelle, foram selecionados entre os 16 finalistas e ganharam. Mas, não foi assim tão simples: subiram no palco com uma plateia arredia, sofreram preconceito. A garota da banda que ficou em segundo lugar nesse festival partiu para ignorância, achou que a Banda Confraria ganhou, não porque eles eram melhores e sim porque um dos integrantes da banda tinha uma filiação de peso, isso é motivo mais do que suficiente para mexer com o Pedro. Mas isso não os intimidou, pelo contrário, parece que o provocou a mostrar o porque de estar ali. E foram pra cima mesmo e arrebentaram.
Assisti um compacto do que foi esse Festival, e senti que a garota estava muito confiante. Pelo pouco que vi, esse festival teve um nível muito bom de bandas, e um público bem animado, mas o Pedro não deixou mesmo a peteca cair e mostrou a sua assinatura vocal e presença de palco, que o faz ser hoje, quem ele é. Como prêmio, ganharam o direito de gravar um clipe e um single. As escolhidas foram: “O fim da inocência” e “Nau”, primeira parceria de Max de Castro e Daniel Carlomagno. Tudo isso em um estúdio profissional, o Mosh, com o produtor Reinaldo Barriga. No entanto, nada aconteceu depois disso. Mesmo com um clipe na MTV, não surgiu trabalho, ninguém acreditou na banda e assim... a “Confraria” se desfez definitivamente.



César já vinha há muitos anos pensando em se mudar para o exterior, o Brasil, não tem espaço para a música instrumental, e a idéia e vontade vai crescendo e após um assalto em sua casa, na Granja Julieta, no momento, só estavam em casa, César, Flávia e a empregada, foi uma experiência que César relata em sua autobiografia e que choca. Ele decide ir embora do Brasil.
E, nos primeiros meses de 94 o pai se muda para Nova York com suas irmãs e a esposa. Ele e o João ficam por aqui. Como César disse em alguma entrevista que li se referindo àquela época: eles já têm “barba” na cara, podem se virar sozinhos. E em seu livro César diz que Pedro foi categórico:

Pai, eu sempre ouvi dizer que só sairia do Brasil depois de ter plantado todas as sementes e realizado grande parte do seu trabalho. Eu estou começando a plantar as minhas...”

Nessa fase, já maior de 18, demonstra sua personalidade forte, uma postura firme, principalmente, no que se refere aos direitos de imagem de Elis Regina. Nesse ano já dá declarações do que pensa a respeito de algum trabalho que se pretenda fazer para televisão, cinema, teatro, referente à vida e a obra de Elis. Para ele, qualquer ideia pra ser aprovada tem que ter em mente a obra da artista e não sua vida privada. O que fica de um artista é sua obra, é isso que qualquer interessado deve priorizar, nada além. 
Os melhores jingles, para ele, foram dessa fase. Já mais maduro, fez um para o extinto Cartão Solo. João era diretor de RTV na DPZ e trabalhava muito com a produtora MCR, uma das melhores do mercado. Foi de lá que veio o pedido para indicar um cantor para cantar "Você”, do Tim, que seria a música para o cartão em questão. A gravação teve o acompanhamento de um outro fera nessa área, Armando Ferrante, que fez os arranjos. Parece que se deram bem, pois depois, em 1997, ele faria o arranjo para três músicas do primeiro CD “Pedro Camargo Mariano”: “Lua pra Guardar”, “Se ela quer ou não” e “Encontros”. Como o João trabalhava na DPZ, também criava muitas peças, juntava-se ai uma turma do barulho (Pedro, João, Simoninha e Max). Duas peças que ele lembra de trabalhar junto com essa galera foi uma campanha para o cinema do Yázigi, em Inglês. E a que mais o marcou, foi a campanha para Bridgestone/Firestone. Ambas tinham pegada de Rock, talvez por isso, segundo ele, as mais gostosas e divertidas de se fazer. (É quem sabe cantar, canta qualquer coisa).
Todo esse processo, crescimento, convivência no meio musical, as bandas de colégio, do irmão, os festivais, gravações de jingles, a convivência na produtora acompanhando todo o processo de peças publicitárias, só podia amadurecer um garoto, que aos 19 anos junta-se ao irmão João Marcello para produzirem um show em homenagem a Elis Regina, no Tuca. Esse será o pontapé inicial de uma carreira cheia de obstáculos, mas corajosamente enfrentados por Pedro Mariano. Mas, isso tudo, só vou contar mais pra frente. Infelizmente, o tempo dedicado a esse hobby (de pesquisar sobre meu ídolo) não é tão grande assim como muitos pensam, então....paro por aqui, por enquanto.

3º Parte
http://pedromarianoavoz.blogspot.com.br/2015/12/biografia-comentada-e-nao-autorizada-iii.html

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(Essas duas primeiras partes fiz por volta de 2009...dei uma boa parada, mas gosto de manter os agradecimentos que fiz a época devido que foi um momento a parte)

Agora os agradecimentos, o povo do Centro Cultural São Paulo (vai que eles entram aqui). Michele Marques e Milena Murno que me ajudaram fazendo uma revisão das duas primeiras partes, me ensinando um pouquinho mais da nossa gramática (rs rs), mas vou logo avisando, que muita coisa ainda deve ter passado batido, pois a revisão foi feita na correria e eu ainda inseri mais alguns detalhes. Mas, a intenção foi dar melhorada no texto, e não profissionalizá-lo. E a todos os que curtem esse espaço, e volta e meia me incentivam a continuar, dizendo que gostam da forma com que tenho tratado o espaço. Muitos que nem comentam aqui, mas me mandam e-mail. Gostaria de dizer que primeiro faço pra mim, é meu hobby, e claro, como sei que pessoas vão ler, depois para vocês. OBRIGADA!!!!!!!

Neli

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