PEDRO MARIANO+ORQUESTRA = PERFEIÇÃO DIVINA

Por Luziara Lavor - "Sucursal do Blog em Fortaleza"

Assisti a poucos shows do Pedro Mariano em minha vida, sempre adoro, mas o de ontem, me deixou perplexa com tanto talento em minha frente. Ele tem razão em querer tanto um show com a orquestra, porque do jeito que eles fazem, a voz dele aparece mais, como se fosse uma extensão dos instrumentos. Muito lindo. Então, a gente pode apreciar com mais exatidão a grandeza dessa voz da qual nós falamos e gostamos tanto. É perfeita mesmo.

Perfeita a voz e ele também perfeito. Como é comum aqui em Fortaleza, o público começa tímido, respeitoso, aplaude na hora certa, mas não participa muito. Nos shows dele, fica assim até que o Pedro comece a atiçar. E ai, ontem, ele brincou tanto! E de novo errou na música “Faltando um Pedaço” do Djavan. Ficou indignado e disse algo assim, “esta é a segunda vez que eu erro e duas vezes no youtube. Por quê diabos eu coloco essa letra aqui se eu não leio?. Esta é a última vez que erro”. Recomeçou a cantar e errou de novo. Fez um gesto como se ele não tivesse jeito, continuou cantando e ai o público aplaudiu demais o nosso príncipe. Eu amei.

A música que me emocionei mais, pela forma como ele cantou, foi a da Ana Carolina, “Um pouco mais perto”. Ele se entrega tanto cantando e é tão bonito quando ele dá aqueles agudos em “eu vim pra te buscar e te fazer, feliz”. Que o meu desejo era que eu fosse a pessoa que ele tinha ido buscar para fazer feliz, porque a música ficou linda demais cantada por ele. Foi por ela que a minha mãe, enfim, entendeu meu amor pelo Pedro. Ontem, como era com orquestra, a dona Iraci, foi comigo. Então, se encantou com o jeito dele cantar, de falar com a platéia, da humildade dele – segundo ela – em admitir numa boa que tinha errado e continuar cantando.

Eu fiquei toda besta. Ela disse que o Pedro parecia ter controle de tudo. Não cantava só com a voz, mas com o corpo todo e, às vezes, parecia que ele mesmo estava regendo o teatro, enquanto o Otávio de Moraes regia a orquestra, porque ele faz muitos gestos com as mãos né? Eu concordei com tudo, claro. Enquanto ele canta, vai colocando os braços pra cá e pra lá, como se estivesse seguindo o som. Ela gostou tanto que ficou comigo para ver se dava para falar com ele. Antes de ir para um lugar que era meio um labirinto até chegar ao camarim, como não sou besta nem nada, já dei um jeito de pedir a uma pessoa no palco o setlilst que estava pregado no chão. Já sai do teatro feliz com o papel na mão para pedir o autógrafo dele. Esperamos um bocado até começar, mas quando cheguei perto dele, a conversa foi rápida, ele autografou o setlist para mim e minha mãe disse: faz um 16 anos que essa menina é sua fã. E ai, ele disse rindo: “Nossa! Nem eu sou meu fá há tanto tempo assim”. Foi muito legal.

Eu não sou muito boa, em fazer textos assim, mas pelo que vi ontem, acho que Pedrinho fez sucesso em Fortaleza. De manhã, ele deu entrevistas bem em umas três rádios, saiu matéria sobre o show nos jornais e, de noite, o teatro estava lotado. Havia desde crianças até pessoas idosas, mais velhas, inclusive, do que a minha mãe, que só tem 70 aninhos. Só fiquei indignada porque quando ele cantou “Pra você dar o nome”, naquela primeira vez em que ele diz “o que falta em você” e coloca o microfone para a plateia responder “sou eu”, quase ninguém falou. Como era a terceira música e o pessoal ainda esquentando, a resposta soou tão fraca que ele precisou dizer o “sou eu”. Mas ele disse de um jeito tão suave que ficou lindo! Hahahaha! Continuou cantando e no final da música, o povo parece ter acordado e disse o “sou eu” bem legal, mesmo sem ele colocar o microfone em direção à plateia.

Só perdoei mesmo não terem dito forte logo de primeira, porque, quando ele terminou de cantar “Sangrando”, o público o aplaudiu de pé, durante uns bons minutos. Foi muito bonito. Não fosse isso ia pegar muita briga com este povo aqui de Fortaleza (brincadeirinha!). Então, depois de Sangrando, quando o pessoal ia sentando, na hora de ele começar “Miragem”, ele disse para não sentarem. A gente não sentou. O pessoal das cadeiras de trás – estávamos na terceira fila – quis esboçar reação, mas a minha amiga disse se ele disse pra gente ficar de pé, a gente fica. Ficamos. E o pessoal acabou ficando também e batendo as palminhas para acompanhar. 

Para terminar, posso dizer que as músicas foram as mesmas que ele cantou em Recife; que ele aplaudiu muito os músicos da orquestra daqui (a Orquestra Eleazar de Carvalho) e, eu ia esquecendo, que depois de cantar Poder, disse para a gente prestar atenção no tamanho do sorriso do Marcelo Elias, enquanto tocava. O Pedro disse que a felicidade do Marcelo era tanta que ia colocar uma câmera para só nele para registrar. E pronto, acho que é só né? Aliás, só não. O show está muito lindo e que ele continue vindo mais aqui, porque é bom demais!

Fotos: Nayana Melo_Pedro Mariano e Orquestra_Teatro Via Sul_Fortaleza/CE

Luziara Lavor

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