sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PEDRO MARIANO, SE APAIXONAR É UM CAMINHO SEM VOLTA


Por Erilene Firmino

No primeiro dos quatro shows de Pedro Mariano, no teatro da Caixa Cultural, em Recife, o cantor não deixou por menos. Fez o que melhor sabe fazer, além de cantar, é claro. Tomou logo o público para si como se não houvesse outra alternativa após assistir a um show seu, senão entregar-se. Tímida no inicio, respeitosa até o fim, a plateia logo cedeu as brincadeiras e provocações do artista e ao seu apelo de participação. Hoje você vão ter de fazer muito por aqui, disse ele, pedindo desculpas pela tosse “que não avisa quando vai chegar”.
Mesmo sendo o primeiro dia da turnê, mesmo para um público aparentemente desconhecido, mesmo no formato mais intimista do trio, mesmo tossindo horrores, Pedro não precisou de muito para conquistar.Em pouco tempo, todos pareciam amigos de infância, rindo e cantando juntos. Pela participação, podia-se ver que a grande maioria já conhecia a obra do cantor. Entretanto, para muitos, ontem foi o primeiro show. Até por isso, não houve nada de muito esfuziante, como é comum num primeiro show em cidades distantes do eixo Rio/São Paulo. Instalou-se um clima, entretanto, caloroso e de aconchego. Também, só eram 96 lugares!
O fato de o teatro ser bem pequeno também auxiliou para intimidar a plateia. Foram poucos os celulares e câmeras nas mãos que mesmo assim chamaram a atenção de Pedro. “Eu prefiro assistir ao vivo”, alfinetou, cutucando as pessoas por verem o show com uma mão para cima, segurando os equipamentos. Quem estava com celular ou câmera apontados para o palco assim permaneceu.
Pedro lembrou que em suas idas a Recife com os diversos formatos do seu show – o primeiro da turnê com orquestra foi na cidade, exatamente há cerca de um ano – disse que agora após ter levado o trio, só falta o piano e voz. Alguem da plateia grita: vem logo Pedro! E ele: calma, vamos terminar esses primeiro. Depois, contou a história do resfriado. Passou quinze dias de férias com a filha nos Estados Unidos. Ele a levou para Disney. E no meio das fotografias com o Pateta e o Mickey, achou que o cachorro estava com gripe, pois estava com nariz muito inchado. Pateta negou, disse Pedro, mas quatro dias depois, estava gripado. Ele usou a história da gripe para alertar os fãs. “Depois do show, se vocês quiserem tirar fotos, podem vir, que não pega não”. Ai, depois lembrou rindo: foi a mesma coisa que o Pateta disse para mim. Ninguem parece ter se incomodado com esta possibilidade. Após o show, a fila se formou dentro do teatro para vê-lo, tirar foto, pegar sua gripe, se fosse o caso.
Mas o ponto hilário da quinta-feira, entretanto, não foi a brincadeira de Pedro com Pateta. Foi durante sua conversa com o público que estava no andar superior. Ele perguntando se havia alguem lá, há um momento de silêncio e um grito: Pedro Mariano, casa comigo?! Ele baixa a cabeça, parece pensar e diz com a voz arrastada: não posso! E continua dizendo que seu coração, sua alma e sua vida já terem donas as si já possuem dona, aliás, donas, corrige. E começa a falar da Rafaela, sua filha. O público aplaude.
No repertório, Pedro Mariano fez uma mistura do “8” com o trabalho mais recente com orquestra, além de clássicos seus. Começou com Simples, Sei de Mim, Pra você dar o nome, Beijo Partido. Vai para a bateria: Tem dó, Perdoa e Miragem. Volta para a frente do palco para cantar Certas Coisas e Al otro lado del rio. Volta para a bateria: Pode ser, Voz no Ouvido, Simplesmente, Por nada e por ninguem, quase amor e três moedas. No bis, Nau e Livre pra viver.
O show teve muitas histórias. E elas começaram, na verdade, no dia anterior na já famosa fila que se forma na Caixa Cultural para garantir os ingressos. As vendas iniciaram às 10 horas da quarta-feira, dia 3, e logo as vendas esgotaram. Teve gente voltando indignado para casa, mas teve gente também que chegou a meia noite do dia dois para conseguir o melhor lugar ou mesmo apenas um ingresso. A música de qualidade a R$ 20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia, levaram pessoas a chegar meia noite ainda do dia 2, outras 3 horas da manhã, a maioria a partir das 5. Às 9 horas, quando entregaram as fichas, a situação já estava toda definida. Quem não havia chegado até ali, não pegava mais.
Outras histórias boas foram as de quem assistiu o show dele pela primeira vez. Ciente de todo o seu poder de convencimento quando no palco – ele é extraordinário nos discos e dvds, mas o palco é sua casa – não adiantei o serviço. Deixei que as pessoas fossem como se não corressem risco nenhum. Não adiantei para elas que Pedro Mariano é um caminho sem volta. As duas que conheci, por exemplo, sairam ainda mais apaixonadas. Eu fiquei rindo, vendo-as pegar esta estrada que não termina e que a cada dia se torna prazerosa demais.

Fotos: Silvano Santos_Pedro Mariano_Teatro da Caixa_Recife_PE_04/09/2014

LEMBRANDO QUE TEM AGENDA PARA RIO E SÃO PAULO ACESSE A AGENDA NO MENU DO BLOG BEM ACIMA

4 comentários:

pedromarianoavoz disse...

Valeu Eri, sempre que vejo alguém em seu primeiro show , saindo encantada, sei que não tem mais volta(rs rs). E que carinha limpa, não?! bjs

Eri disse...

Pois e Neli. Carinha limpa e caminho sem volta, mas o melhor caminho. Adorei teu titulo. O texto ficou grande demais né? Escrevi baseada no blog antigo. Desculpa ai. Bjs

Silvano Santos disse...

Eriiiii, amei o texto. Uma alegria imensurável ver estes shows contigo. Queria muito ter vc aqui de novo conosco Neli, mas entendo seus motivos, claro. Ahhhhh, as fotos não ficaram muito boas né? Não pode usar flash e apesar de ter sido afoito e tacar flash na cara dele. Kkkkkkkkkkkkk.

Eri disse...

Melhor férias. O melhor desse caminho sem volta, além do próprio caminho, são as pessoas que encontramos nele. Silvano melhor coisa estarmos juntos nessa. Cantar Miragem com você não tem preço.