quarta-feira, 13 de março de 2013

SÓ O FILHO...

Foto Dani Gurgel
Foto Dani Gurgel

Logo que começou a circular na internet videos da participação do Pedro no Projeto Elis por Eles com o Bêbado e a Equilibrista, não demorou pra se ouvir, ou melhor, ler o óbvio...Só Elis!
Realmente só Elis a interpreta com verdade, a verdade da canção à época...E apesar dos compositores dizerem que a música era uma homenagem a Charles Chaplin, ele havia falecido, e isso que moveu João Bosco a fazer a canção, e também terem dito que não esperavam que ela virasse o Hino da Anistia. Mas,vamos combinar toda a letra e a força com que Elis a interpretava, a mim, sempre remeteu a isso. Dificil não entender o apelo explícito pela anistia nos versos "Meu Brasil que sonha com a volta do irmão do Henfil com tanta gente que partiu...choram Marias e Clarisses..."
E eu, sendo sincera, quando ouvi e vi no dia, o Pedro, cantando a canção, fiz a comparação. Desculpa não tem como não comparar, eu entendo que não cabe comparação, mas é muito difícil não fazê-lo e, por conta disso, difícil também não ficar esperando uma interpretação próxima da original, com a mesma leitura.
Apesar de não ter tido a mesma força de Elis, força de protesto, teve a força da doçura.
E, só agora ouvindo a canção tocando na Nova Brasil FM sou tomada por uma sensação, que mesmo, a ouvindo constantemente no meu celular, desde a apresentação no dia 02/08 do ano passado ainda não havia acontecido. Talvez por conta da bendita comparação, por conta da intenção explícita na canção e eu me preocupar com isso, o que aconteceu desde que a ouvi pela primeira vez na programação da rádio foi descobrir a interpretação terna do Pedro e que a música poderia ter essa interpretação. 
Creio que antes ela não causasse em mim com clareza essa sensação, porque não era pega de surpresa, e no rádio tem isso, não sei quando vai tocar, ai sou pega de surpresa, o arranjo da flauta e depois a doce voz do Pedro.
Foto Mariana Mattos
Ele era muito pequeno no período histórico que é retratado na canção, como interpretar com a mesma força? Sei que isso é a função do intérprete, mas sinceramente ele não me convenceria se tentasse colocar força de protesto na interpretação...Mas, uma coisa que ele podia fazer era ser  intenso na sua intenção...e a mim, pareceu que colocou na canção a intensidade de um artista que realizou um Projeto com intuíto de homenagem, de tributo. Lembrando ele foi o último a entrar no palco para a homenagem. A intenção de sua interpretação a mim foi a intenção de um filho orgulhoso, de um filho com um carinho pela mãe e mais ainda pela obra da mãe artista...E essa intensidade da sua intenção, pra mim, se traduziu em TERNURA! Não sei se foi essa a intenção dele,conscientemente (rs rs)...talvez não! Mas, o resultado, que me passou foi esse, a emoção que a voz dele me passa nessa canção  é uma emoção de ternura.
Foi eu olhar para a canção e para a interpretação como uma homenagem, que descobri o Orgulho e o Carinho que somados deixou a canção, com a sua doce voz, TÃO TERNA!  E, não é por nada não só com essa ternura dele que cheguei a conclusão depois de anos que a ESPERANÇA É QUE É A EQUILIBRISTA (rs rs)

Fotos: Pedro Mariano_Teatro Positivo_Curitiba/PR_02/08/2012

Bjs

Neli

2 comentários:

Reca Silva disse...

Neli adorei toda a sua colocação... Cada vez que eu ouço "bêbado e a equilibrista" realmente fico a arrepiada, porque vejo na interpretação do Pedro como a de um Filho que quer deixar a mãe orgulhosa, e com certeza com o amor e a intensidade que fez, ele deixou... Orgulhosa de ser fã do Pedro...

Eri disse...

Neli, lindo esse teu texto. Amei demais. Desde o primeiro instante que assisti o DVD Elis por Eles e a cada dia mais, me convenço que este projeto é uma carta de amor, uma mensagem de amor ou qualquer outra coisa relativa a amor do filho pela mãe. Não há como o cara só por ser artista e saber da relevância toda da Elis, fazer um material tão emocionante, sem ser piegas, tão abrangente. Precisava ter a emoção do filho no meio e o Pedro interpreta O bêbado e a equilibrista com tanto cuidado, com tanto zelo e com uma suavidade tremenda que a música parece uma carícia. Como uma música considerada hino ou até de protesto pode ganhar suavidade? Como pode ser carícia? A força do intérprete ou a suavidade dele. Ah, meu Deus, sou capaz de escrever horas sobre esse tema - Elis por Eles - e jamais e nunca me cansar e sempre ter coisa nova para acrescentar... por isso aproveito só para dizer que continua sendo um prazer vir aqui me encontrar com você e com o Pedro. Um beijo.