quinta-feira, 8 de maio de 2014

A DESPEDIDA DO CARA MAIS FELIZ DO MUNDO...

Hoje, o dia 08 de maio foi um dia triste, um dia de despedida, Jair Rodrigues nos deixou, e tristeza não combina com ele, mas...
Ao saber da notícia via web me deparei com um sentimento forte de perda, até certo ponto, ele era próximo.
Fez oito dias que o vi ao lado do seu filho, Jair Oliveira, no palco, que era seu mundo...10 dias em que assisti a um pocket show dele na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi e por pouco mais de uma hora fiquei sorrindo, afinal, não dá pra vê-lo e não ficar sorrindo, porque ele era sinônimo de alegria...
E fez 10 dias que ele me chamou para dançar lá na frente com ele, naquele dia fiquei com vontade de escrever sobre o Roadie dele, o Arlindo, porque é o Roadie que mais trabalhava, pois com ele não tinha roteiro, quando decidia ir para a galera ele ia, e o Arlindo tinha que sair correndo atrás, liberando o cabo do microfone, até correr atrás de um microfone sem fio e trocar pelo microfone de cabo, Jairzão não parava...

No primeiro dia do show do Jair no MUBE ele passou por mim no final e disse: - É voce que fica gritando LINDO para o meu filho?! Pessoa Jurídica e Física se confundiam nele! Uns anos atrás, acho que 2006, precisei ligar na Produtora dele e já era bem tarde, passava das seis da tarde e liguei, não lembro porque liguei, e quem me atende? Ele, humildade e simplicidade fora do comum. E, recentemente, agora em abril novamente tive o prazer de ter atenção dele por telefone, estava aguardando um produtor e ele, era uma figura,deve ter visto o aparelho fora do gancho e veio falar comigo, claro que ele não sabia quem era eu, e quem sou eu né?! Mas veio e falou com voz eterna de alegria e irreverencia: Bom dia! Aqui é o Jairzão! E ai lhe dei os parabéns pelo novo trabalho, Samba Mesmo, dois CDs com 26 clássicos, disse a ele que me surpreendi com o show do dia 05 de abril no Ibirapuera, pois esperava sambas pra cima como sempre ele cantou, mas a ideia foi realmente cantar canções que nunca havia cantado e com outra atmosfera. A gente como fã fica sem palavras com uma atitude dessa...por isso essa partida tá difícil de assimilar.

Não era à toa que era o Cachorrão...Não era à toa que Geraldo Vandré ficou receoso na hora em que deu Disparada para que ele a cantasse no Festival de 66...uma música muito forte e contestadora para ser interpretada por um ser tão alegre como ele, mas ele pegou a responsabilidade fez a sua interpretação e ficou linda! Nesse Festival, houve uma clara divisão entre público e também entre os jurados, "A Banda" e "Disparada" e, segundo Zuza Homem de Melo, "A Banda" foi a canção vencedora, no entanto, Chico Buarque assume que Disparada era melhor que a dele, e só aceita o prêmio se Disparada também fosse vencedora, e assim decidem dizer que houve empate, posteriormente também, alguns jurados, que votaram em "A Banda" disseram que realmente "Disparada" era melhor, é, o Chico tinha sua "influencia" . De qualquer forma além da canção ser uma CANÇÃO linda, a interpretação dele a fez mais especial ainda e realmente mereceu o prêmio e sempre a cantou em seus shows. 

Assisti a pouco mais de 10 shows dele, mas em todos que teve plateia sentada pude presenciar o público levantando e aplaudindo em pé, e não no final, no meio do show, a energia dele era absurda, a forma como interagia com a plateia era um ponto especial, poucos artistas conseguem fazer com que a plateia se sinta especial...Ele chegava até deixar a gente tímida vindo cantar olhando nos nossos olhos, mas era uma timidez que ele também fazia passar rapidinho...Esse era o Jaizão...uma pessoa tão feliz...Que sempre repetia em seus shows "sou o homem mais feliz do mundo, e se não sou o mais feliz, sou um deles" e por isso é difícil de aceitar a sua despedida quem tinha tanta alegria pra vida passa a ideia de  ser eterno!
Jairzão...vá em paz e obrigada pela sua alegria e talento! 



bjs
Neli

Nenhum comentário: