sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

BIOGRAFIA COMENTADA E NÃO AUTORIZADA PEDRO MARIANO

PARTE II



Logo após a perda da mãe, eles ficam com a avó e o Tio Rogério (não tenho certeza) é o que parece pelo texto do César no livro em que conta sua biografia. César ainda estava organizando sua vida em São Paulo, voltando a morar na capital Paulista, depois de um tempo no Rio de Janeiro, aluga um apartamento e trás pra perto dele novamente, Pedro e Maria Rita. João fica com o tio Rogério, mas sempre por perto, e não demora muito e volta a morar com César.



César estava apaixonado e envolvido com a jovem Flávia, Flávia Rodrigues Alves, bisneta do presidente Conselheiro Rodrigues Alves. E, para apresentá-la aos filhos, e para um primeiro contato combinam um passeio ao zoológico, segundo ele conta em seu livro:


“...almoçamos todos juntos e, no final do dia, parecia que já se conheciam havia anos.
Nos dias que se seguiram, senti que Flavia tinha tirado um peso dos meus ombros e estava apaixonada pelas crianças, e as crianças, por ela.”

Foto de um livro didático encontrada por Roseli Pedroso
Flávia os visitava com freqüência, e em um dia em que César viajou para o Rio de Janeiro, pediu que ela desse uma olhada nas crianças, apesar de tê-las deixado sob os cuidados da babá que cuidava deles desde pequenos. Ao chegar no apartamento ninguém em casa, a babá havia saído com as crianças e retornou muito tarde, quase meia-noite. Desse dia em diante ela decidiu morar com eles.
A forma com que Flávia chegou e cuidou de todos, além dos filhos e, do próprio César, da carreira dele (e aqui, é um entendimento meu), fez com que ganhasse mais uma canção de César “Íntima” (Ele já havia composto, para a sua "princesa", a canção, Flavia).
Essa canção não existe em trabalhos do César foi feita exclusivamente para roteiro de um dos clipes de um especial que foi ao ar na extinta TV Manchete “A Cesar...” dirigido por Solano Ribeiro em 1984 e ganhou o prêmio "Tucano de Ouro" no Fest-Rio.
E esse clipe “intima” foi gravado em locações em Embú, Centro Cultural São Paulo e o Gasômetro em São Paulo, o clipe está disponível no youtube e pode se dizer que é o primeiro clipe do qual Pedro participou.


Pedro estudou no colégio Pueri Domus, na unidade Verbo Divino, em Santo Amaro. Pelo que contou Maria Rita no Programa “Tempos de Escola” (da TV Futura, apresentado por Serginho Groisman), tanto ele como João Marcello eram “fogo”! Certa vez, um professor percebendo que ela era irmã deles, vira e pergunta: - Você não é igual aos seus irmãos, né?!

Uma curiosidade curiosa (rs rs) não era criança muito ligada a televisão, preferia brincar na rua, jogando taco, empinando pipa, futebol em campinho de terra, jogar futebol de botão, andar de bicicleta, entre outras atividades, mas se tinha uma coisa que curtia assistir na TV, era as comédias de Jerry Lewis e o Filme Tubarão, e a curiosidade é que ao invés de tapar os olhos pra não ver o ataque do tubarão ele tapava os ouvidos (rs rs), claro trilha sonora assustadora de John Willians. Famosa essa né?! E eu por curiosidade fui “curiosar” sobre essa música, descobri que ela só tem duas notas que se alternam. (eu não sabia kkk). Será que era isso que o irritava?! (brincadeira) E o primeiro filme foi lançado no ano que o Pedro nasceu (06/07/75).

Já tentei descobrir pratos preferidos dessa pessoa, já me disseram, no caso, a avó, bolinho de chuva, mas esse nem vale, porque nesse caso, eu que praticamente a induzi; outro prato simples e que disseram que ele gosta muito é bife acebolado. Mas, o que observei de todas as vezes que tento descobrir isso é que a pessoa, pra quem pergunto fica um tempo pensando e não concluindo nada, e ai pude concluir que ele é um bom prato, come de tudo, e ai fica difícil da pessoa dizer do que ele realmente gosta, simples assim.

Apresentada no Programa de Internet
Garagem do Faustão
Pouco depois de completar 11 anos, ganha mais uma irmãzinha, Luisa. Creio que foi também por essa fase, melhor, um pouco depois, que adquiriu seu primeiro disco, um LP do Kiss, “Lick it up”, o primeiro disco em que eles decidiram tirar a maquiagem. Ele lembrou disso em uma entrevista para o Programa Bossa ao Vivo, da Alpha. Eu lembro de ele contar esse fato em uma outra ocasião e dizer que o irmão dele quando o viu chegar com o LP do Kiss, “quis” morrer, ficou doido e reclamou com o César que com toda sua experiência disse: “Calma, isso vai passar.”...e passou. Tanto que ao se referir a essa aquisição diz que todo mundo tem direito a errar. (Realmente a vida é feita de fases). 

César, em entrevistas, diz que todos os instrumentos ficavam à disposição. Nada era trancado, nada era proibido e também nada era forçado. Ele estava sempre disponível para quaisquer dúvidas, mas a escolha foi sempre dos filhos. 
Como já foi dito, desde pequeno Pedro Mariano já demonstrava interesse pela música. Vi citações dele de que ele vivia cantarolando e algumas vezes ouviu de Flávia: “Pare de cantar e vem comer”. Seu irmão, João Marcello, desde quando o Pedro cantava usando os fones de ouvido como microfone, chegou a externar ao César que achava que o Pedro tinha todo talento para o canto, mas segundo decisão tomada pelo próprio César, isso era algo que o Pedro teria que descobrir sozinho. 
Em entrevistas ou depoimentos, Pedro diz que, no primeiro momento, a ideia não era ser cantor. Achava que isso qualquer um poderia fazer (creio que é porque ele faz com naturalidade). Ele queria “aprender” instrumentos, piano, violão/guitarra, trompete, mas não rolou. Sempre que fala sobre isso em entrevistas, brinca, diz que para o violão ele tem muitos dedos e o violão poucas cordas; para o piano, que esse tem muitas teclas e ele poucos dedos, além do que arrumar professor de piano, quando criança, com um pai do nível do dele também não era fácil e o trompete, quando o pai disse o tempo de estudo para ele ser um médio trompetista ele desistiu...e, como ele costuma também dizer, descobriu que o instrumento estava dentro dele (o gene da mãe falou mais alto).

Apresentada no Programa Cocoricó
Mesmo já tendo o dom, ele estudou canto. Sei que uma das suas professoras foi a Maria Alvim e pelo que entendi foi para aprender as técnicas para aquecer voz e outros detalhes técnicos que um intérprete precisa ter conhecimento. 
Na adolescência, ele descobre um instrumento com o qual futuramente iria ter intimidade: a bateria. Essa descoberta se dá por conta de que seu irmão João Marcello, volta a morar com ele, e o João é baterista e a bateria ficava ali, olhando pra ele. O único problema era que ela era montada para destros, o que dificultava pra ele que é canhoto. Porém, não demorou pra descobrir um baterista de uma das bandas que ele formou, canhoto como ele, e ai a coisa engrenou melhor. Hoje em dia, ele mesmo tem tocado em muitos dos seus shows, além de cantar. Mas deixa claro, que ele é um intérprete que toca bateria, não um baterista que canta. Faz questão também de tocar bateria em algumas faixas de seus CDs.

Já que o Pedro tinha que se descobrir cantor por conta própria, por que não dar uma “forcinha”? Acho que foi pensando nisso que João Marcello resolveu o “problema”. João tinha uma banda chamada “Feiche éclair” e jogou a isca. Disse ao Pedro, que na época tinha seus 12 anos, que um dos backing vocals da banda havia ficado doente, que os ensaios estavam prejudicados e que ele precisava de uma ajuda para poder ver se os arranjos estavam bons. Segundo o Pedro, ele foi aos ensaios totalmente na ingenuidade. Foram uns cinco ou seis ensaios. O repertório era formado por duas músicas: "The Union Of The Snake” do Duran Duran e uma inédita da banda.

Chegou o dia do show e João pediu para ele ir arrumado, alegando que talvez o cantor ainda não estivesse bem. Quando chegou a hora de entrar no palco, o João disse que era mentira, que o cara não existia e que ele tinha que subir ao palco e cantar com a banda. Não deu tempo nem pra ele pensar, já o colocaram no palco com microfone na mão e uma luz centrada nele e aí...foi. Pedro disse que só lembra de ficar olhando fixo para o pé (nossa imagino a experiência!). Mas o resultado não foi dos piores, afinal, mesmo pego de surpresa e tímido, o talento estava ali. Os presentes que o conheciam disseram que ficou bom, alguns se disseram até surpresos por não saberem que ele cantava. 
E foi assim, depois dessa experiência que brotou nas cabeças de jovens, adolescentes na verdade, a ideia de uma banda. Pedro juntou-se aos amigos, aqui já rola a ideia de “fazendo música e jogando bola”, pois era a galera do futebol. Fred Godoy, que estudava com ele havia muito tempo, tocava piano. Fred é filho do Amilson Godoy, músico pianista e irmão do Amilton Godoy, pianista do Zimbo Trio (eitá mundo pequeno!). Toda banda tem que ter um galã, e esse galã ainda era craque de bola, Ricardo Natale, tocava guitarra. O Miduca era seu melhor amigo, segundo Pedro, não era galã, mas era doido de pedra, muito engraçado (outro tipo que, segundo Pedro, toda banda precisa ter). Miduca não queria ficar de fora e foi aprender bateria, mas primeiro o João fez um teste e viu que ele tinha jeito, ele foi estudar na escola de música CLAM do Amilton Godoy, tio do Fred, e hoje é um músico de talento. 
Essa primeira banda (em 87/89), o que mais fazia era animar festinhas. O repertório basicamente era “Ultraje a Rigor” e “Paralamas” e às vezes algumas do Michael Jackson. Esse sempre esteve presente nos ensaios e pelo que ele conta os ensaios eram sérios, pelo menos pra ele. Decorar tudo, montar setlist, e como é natural no adolescente tinha muita energia. E ele ainda jogava futebol e andava muito de bicicleta. Mas, mudanças ocorrem no percurso; um muda de colégio, outro muda o foco, o interesse, e a banda se desfez.
Com 14 anos Pedro também passa por mudanças, o pai resolve abrir o seu próprio estúdio de gravação, uma produtora de jingles para peças publicitárias e a família toda se mobiliza para ajudar na montagem, decoração, e a produtora começa a funcionar. O pai resolve lhe fazer um convite para trabalhar como office-boy. Ele estudava no período da manhã e à tarde ia para a produtora, fazia os bancos e outros serviços e depois ficava no estúdio, ajudando como técnico de gravação e produtor de estúdio do Daniel Carlomagno. É nesse período que ele conhece o Daniel, que é um dos compositores que tem estado presente em seus CDs, compositor das canções como: “Nau”, “Só chamar”, “Tá todo mundo”, “Distante Calma”, “Furacão”, “Quarto Vazio” e “Inverno” e mais recentemente "Enfim" e  "Casas".
Pedro viveu todo o dinamismo de uma produtora, que foi, como ele mesmo se referiu, a sua “Faculdade de Música”. E, li uma entrevista “antiga” do César, falando a respeito de compor, fazer arranjos para publicidade, do que se pode fazer, como colocar 5 harpas, um coral de 120 vozes, coisa que não é viável em um disco, nesse tipo de trabalho se pode explorar muitos sons. 
O pai também o ajudou mais ainda no aprendizado, fazendo com que ele gravasse seu primeiro jingle. Eu creio que para não criar tensão, o pai usou de uma “pegadinha”: disse que havia acabado de montar a sala de colocação de voz, que estavam com microfone novo, que tudo já estava ligado e perguntou se ele se importaria de fazer uns testes de voz para testar a sala. Mais uma vez, ele ingenuamente aceitou. Deram-lhe uma folha com uma letra de uma música escrita, colocou os fones de ouvido, ouviu a base e seguiu a sugestão de melodia do pai...e assim, uma campanha de um álbum de figurinhas é a primeira a ganhar a voz do Pedro. 

Teve também uma campanha que fez para uma marca de café, que foi a primeira a ir ao ar. Em publicidade tem que se cantar de tudo, e rolou coisas engraçadas como a música dessa campanha para uma marca de café, era um rap e eram duas vozes: a de um negro e a de um branco. Ele teve que fazer as duas vozes e fez! (Pra quem imitava coiote rsrs. E não recebeu em dobro por isso).

Do livro "Solo César Camargo Mariano memórias"
Luisa, Maria Rita e Pedro
Reprovado no primeiro colegial, ele muda de turma. Por conta disso, conhece o Sergio Jordy e o Kiko Attuy, dois guitarristas que colocam pilha para que eles formassem uma banda. Surge a primeira formação da “Confraria”. Conseguiu retomar o contato com o Miduca, que já estava muito mais aprimorado na bateria e o convida a integrar a banda. Miduca aceita e traz com ele um amigo da outra Unidade do Pueri, o Daniel Porciúncula para o baixo, e nos teclados o Fernandinho. Essa banda ainda tem backings, as “três Marias”( Maria Rita, irmã do Pedro, Maria Fernanda e Maria Paula).

Essa primeira formação da “Banda Confraria” começa fazendo shows para a turma do próprio colégio. O Pedro conta que estavam ele e o Kiko tocando no intervalo das aulas e começou a juntar uma galera. Passaram dias fazendo isso e cada vez mais gente ia chegando. Ai decidiram pedir emprestado o Anfiteatro do colégio, foram liberados, desde que, claro, fora do horário de aula. Pronto! Agora era só fazer a divulgação. Conseguiram ainda convencer a direção de deixar eles tocarem no Anfiteatro no intervalo da manhã, para que assim mais gente pudesse ter a ideia do que rolaria à noite no mesmo lugar. Passaram de sala em sala, das oitavas séries e do colegial, avisando que às 10 da manhã no anfiteatro eles dariam uma palhinha do que seria o show de logo mais à noite. Pedro conta que às 10 horas o auditório estava lotado, que tinha gente “saindo pelo ladrão”. Como era apenas uma palhinha, cantaram umas 5 músicas. O resultado foi bom, apesar de ele dar os créditos mais a quebra de rotina do colégio do que ao talento da banda. À noite, ele, o Kiko, o Jordy e as “Três Marias” fizeram ferver o anfiteatro e tinha muito mais gente pra ver. Pra ele essa foi uma experiência e tanto. Ele trata essa lembrança como sua primeira apresentação “profissional”, e diz que depois disso os dias dele nunca mais foram os mesmos. O repertório foi formado por temas inéditos do Kiko, e uns hits do Lulu e George Michael.
Agora, feita essa primeira apresentação, dá-lhe ensaio. E ai rola o primeiro contrato. Flávia (a boadrasta) fica sabendo pelo contador deles, que era chefe de uma turma de escoteiros, de que haveria uma festa e que eles precisavam de uma banda. Ela sugere a “Confraria” e faz o meio de campo. Como era uma festa, o negócio tinha que ser mesmo um som mais animado, de festa mesmo, mas, mantendo as suas especialidades (Lulu e George Michael).
Esse show é o primeiro que contou com a presença do pai na plateia. Banda completa, figurino, coreografias... Só teve um detalhe: o Jordy, segundo ele conta, não tinha mesmo vocação para músico. Durante o show a guitarra estava desafinada e Jordy, animadérrimo e eufórico, não percebia e nem via os amigos dando-lhe um toque para afinar a guitarra, fato que fez com que o Kiko, ao passar pelo Jordy, desligasse o amplificador e o amigo, como estava totalmente eufórico, nem percebeu.

Mais uma vez, mudanças no percurso, Miduca se muda para Miami para estudar e o ano de 92 é de vestibular. A banda se rompe. 
Sai do Pueri e vai para o Objetivo. Nessa época com seus 17 anos, o João e o Simoninha tinham uma banda: a “Suíte Combo”, e ele freqüentava os ensaios. O Max de Castro também ia aos ensaios e ainda trabalhava de roadie nos shows. Pedro contou em seu blog, que também curtiu as vezes de Roadie do irmão, ajudando a montar e desmontar, limpando peça por peça e criando um vinculo com a bateria. Começou a andar mais e mais com o Max. No Objetivo, Pedro conhece o Festival Interno do Colégio Objetivo, ou apenas, FICO. Fica animado para poder participar de um festival e comenta com o Max. Os dois resolvem assim montar a segunda formação da “Confraria”.
Essa nova formação conta com Max de Castro na guitarra, Dudu Lima na bateria, J.J. Franco no baixo e o Pedro, claro. Pelo que sugere em suas entrevistas, tinha uma pegada boa de rock. Eles tocavam muito Living Colour. (A banda que estava com tudo na época) 
Antes do FICO, a banda se inscreveu no Festival da Cultura Inglesa, com o repertório de Living Colour. Ganhou o prêmio de melhor banda. Max de Castro já compunha e dessa época da “Confraria” saiu “Pra Você Lembrar”, que está no disco Samba Raro, que é bem diferente da versão da Confraria.


Além dessa, Max ainda compôs “Agosto”, que o Simoninha gravou no Volume 2. Para o FICO se inscreveram com “Pra Você Lembrar” e levaram dois prêmios: melhor banda e melhor instrumentista com o J.J. (Dois festivais e três prêmios).
Fest Valda, a coqueluche dos festivais, tinha grandes gravadoras e patrocinadores por trás. Era um festival bem estruturado e as apresentações rolavam no antigo Palace, em moema, São Paulo, o mesmo lugar do Citibank hall, que fechou suas portas em 2012. Onde ele fez lançamento dos seus CDs, e por conta disso tinha uma relação afetiva com a casa. Nesse não teve jeito, ficaram com o terceiro lugar, pois como era um Festival que tinha toda pompa, algumas bandas apelaram, levaram torcida, fizeram aquele tipo de música que você acaba cantando junto mesmo não sendo lá essas coisas.
Banda nessa fase era uma aventura. Não rolava grana e por conta disso o Dudu Lima sai. O J.J Franco, baixista, que havia ganho o prêmio de melhor instrumentista do FICO, recebe uma proposta para tocar com o Benjor em definitivo, já que ele tinha gravado com o Benjor tempo antes. Ele aceita e integra-se a Banda do Zé Pretinho. Sobram o Pedro e Max, que decidem dar uma parada com banda. 
Em 1993, Pedro e Max trabalhando com publicidade, ficam sabendo da nova etapa do Fest Valda, mas não se animam porque não tinham músicos; mas as coisas quando têm que acontecer não tem jeito. Carlos Miele, dono da M. Officer, uma das patrocinadoras do festival e amigo da garotada, diz ao Max que não viu a fita deles na classificatória e o Max disse a ele que não mandaram mesmo, que não estavam empolgados para entrar no Festival. Miele põe a pilha, dizendo que estava faltando uma banda como a deles, e que se mandassem uma demo ainda naquela semana, ele daria um jeito. (anjos existem rs rs). Isso foi um estímulo que os fizeram correr contra o tempo. Resolveram conversar com o Daniel Carlomagno, que trabalhava na produtora do César, que sugere um amigo dele, João Marcelo Viviani para tocar bateria. O João indica o amigo dele, Roger, para o teclado, Max traz o Carlão para a guitarra, e tinham que achar um estudante para a banda, pois o Fest Valda, era um Festival Intercolegial, portanto, as bandas concorrentes tinham que ter pelo menos um estudante. Eles tinham um amigo, o Rodrigo Loirão, que não sabia tocar nada, mas os acompanhava sempre, e pra tocar uma pandeirola tava bom. Assim gravaram a demo com “O Fim da Inocência” do Daniel Carlomagno, uma música muito boa, tão boa que foram selecionados entre as 60 músicas de 800 inscritas. 

Essa edição de 93 do Fest Valda rolou nos dias 30 de junho, 1,2 e 3 de julho, mais uma vez no Palace. Apresentação de Zeca Camargo e Astrid Fontenelle, foram selecionados entre os 16 finalistas e ganharam. Mas, não foi assim tão simples: subiram no palco com uma plateia arredia, sofreram preconceito. A garota da banda que ficou em segundo lugar nesse festival partiu para ignorância, achou que a Banda Confraria ganhou, não porque eles eram melhores e sim porque um dos integrantes da banda tinha uma filiação de peso, isso é motivo mais do que suficiente para mexer com o Pedro. Mas isso não os intimidou, pelo contrário, parece que o provocou a mostrar o porque de estar ali. E foram pra cima mesmo e arrebentaram.
Assisti um compacto do que foi esse Festival, e senti que a garota estava muito confiante. Pelo pouco que vi, esse festival teve um nível muito bom de bandas, e um público bem animado, mas o Pedro não deixou mesmo a peteca cair e mostrou a sua assinatura vocal e presença de palco, que o faz ser hoje, quem ele é. Como prêmio, ganharam o direito de gravar um clipe e um single. As escolhidas foram: “O fim da inocência” e “Nau”, primeira parceria de Max de Castro e Daniel Carlomagno. Tudo isso em um estúdio profissional, o Mosh, com o produtor Reinaldo Barriga. No entanto, nada aconteceu depois disso. Mesmo com um clipe na MTV, não surgiu trabalho, ninguém acreditou na banda e assim... a “Confraria” se desfez definitivamente.



César já vinha há muitos anos pensando em se mudar para o exterior, o Brasil, não tem espaço para a música instrumental, e a idéia e vontade vai crescendo e após um assalto em sua casa, na Granja Julieta, no momento, só estavam em casa, César, Flávia e a empregada, foi uma experiência que César relata em sua autobiografia e que choca. Ele decide ir embora do Brasil.
E, nos primeiros meses de 94 o pai se muda para Nova York com suas irmãs e a esposa. Ele e o João ficam por aqui. Como César disse em alguma entrevista que li se referindo àquela época: eles já têm “barba” na cara, podem se virar sozinhos. E em seu livro César diz que Pedro foi categórico:

Pai, eu sempre ouvi dizer que só sairia do Brasil depois de ter plantado todas as sementes e realizado grande parte do seu trabalho. Eu estou começando a plantar as minhas...”

Nessa fase, já maior de 18, demonstra sua personalidade forte, uma postura firme, principalmente, no que se refere aos direitos de imagem de Elis Regina. Nesse ano já dá declarações do que pensa a respeito de algum trabalho que se pretenda fazer para televisão, cinema, teatro, referente à vida e a obra de Elis. Para ele, qualquer ideia pra ser aprovada tem que ter em mente a obra da artista e não sua vida privada. O que fica de um artista é sua obra, é isso que qualquer interessado deve priorizar, nada além. 
Os melhores jingles, para ele, foram dessa fase. Já mais maduro, fez um para o extinto Cartão Solo. João era diretor de RTV na DPZ e trabalhava muito com a produtora MCR, uma das melhores do mercado. Foi de lá que veio o pedido para indicar um cantor para cantar "Você”, do Tim, que seria a música para o cartão em questão. A gravação teve o acompanhamento de um outro fera nessa área, Armando Ferrante, que fez os arranjos. Parece que se deram bem, pois depois, em 1997, ele faria o arranjo para três músicas do primeiro CD “Pedro Camargo Mariano”: “Lua pra Guardar”, “Se ela quer ou não” e “Encontros”. Como o João trabalhava na DPZ, também criava muitas peças, juntava-se ai uma turma do barulho (Pedro, João, Simoninha e Max). Duas peças que ele lembra de trabalhar junto com essa galera foi uma campanha para o cinema do Yázigi, em Inglês. E a que mais o marcou, foi a campanha para Bridgestone/Firestone. Ambas tinham pegada de Rock, talvez por isso, segundo ele, as mais gostosas e divertidas de se fazer. (É quem sabe cantar, canta qualquer coisa).
Todo esse processo, crescimento, convivência no meio musical, as bandas de colégio, do irmão, os festivais, gravações de jingles, a convivência na produtora acompanhando todo o processo de peças publicitárias, só podia amadurecer um garoto, que aos 19 anos junta-se ao irmão João Marcello para produzirem um show em homenagem a Elis Regina, no Tuca. Esse será o pontapé inicial de uma carreira cheia de obstáculos, mas corajosamente enfrentados por Pedro Mariano. Mas, isso tudo, só vou contar mais pra frente. Infelizmente, o tempo dedicado a esse hobby (de pesquisar sobre meu ídolo) não é tão grande assim como muitos pensam, então....paro por aqui, por enquanto.

3º Parte
http://pedromarianoavoz.blogspot.com.br/2015/12/biografia-comentada-e-nao-autorizada-iii.html

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(Essas duas primeiras partes fiz por volta de 2009...dei uma boa parada, mas gosto de manter os agradecimentos que fiz a época devido que foi um momento a parte)

Agora os agradecimentos, o povo do Centro Cultural São Paulo (vai que eles entram aqui). Michele Marques e Milena Murno que me ajudaram fazendo uma revisão das duas primeiras partes, me ensinando um pouquinho mais da nossa gramática (rs rs), mas vou logo avisando, que muita coisa ainda deve ter passado batido, pois a revisão foi feita na correria e eu ainda inseri mais alguns detalhes. Mas, a intenção foi dar melhorada no texto, e não profissionalizá-lo. E a todos os que curtem esse espaço, e volta e meia me incentivam a continuar, dizendo que gostam da forma com que tenho tratado o espaço. Muitos que nem comentam aqui, mas me mandam e-mail. Gostaria de dizer que primeiro faço pra mim, é meu hobby, e claro, como sei que pessoas vão ler, depois para vocês. OBRIGADA!!!!!!!

Neli

BIOGRAFIA COMENTADA E NÃO AUTORIZADA PEDRO MARIANO

PARTE I

INTRODUÇÃO

No dia 18 de abril de 2009 publiquei essa “brincadeira” no primeiro “blog”, na realidade “fotoblog” que fiz em homenagem ao Pedro Mariano. Infelizmente, ou felizmente, o blog foi obrigado a mudar sua configuração para atender as novas tecnologias, e eu na ansiedade, não estava com vontade de esperar eles se ajustarem, mudei também, vim para o blogspot. E na mudança pela qual passou o blog ele perdeu algumas postagens, inclusive parte desse texto, que postei em vários posts. 
A idéia, na época, claro era dar continuidade a biografia, mas muitas coisas aconteceram, foi um período complicado na minha vida e adiei, e até hoje não conclui, promessa feita pra mim mesma, um dia eu realizo, material eu tenho. Mas, chega de explicações...Posto novamente o que postei a 5 anos atrás, com uma reedição, tenho agora mais informações após a leitura do livro “Solo César Camargo Mariano memórias”....Espero que quem nunca leu se divirta e conheça um pouquinho da história de Pedro Mariano, o nascimento, a primeira infância, antes de iniciar sua carreira, as bandas, o projeto com o irmão, o primeiro contrato e os primeiros anos como cantor solo.
Quero ainda fazer um pequeno comentário. Essa "biografia" é uma forma de homenagear aquele pelo qual tenho uma admiração como artista, como intérprete, que proporciona principalmente aos meus ouvidos algo indescritível, e que por conta disso, me fez querer conhecer um pouco quem é a pessoa por trás do artista, quem é o artista? Coisa difícil de se saber, já que nem mesmo nós nos conhecemos.


Segundo info Elis grávida de Pedro
Foi através da Internet, lendo ou vendo entrevistas, matérias, o blog dele, que comecei a juntar as informações e organizei tudo em uma ordem cronológica. Espero que ele compreenda essa "loucura". Essa biografia ainda tem muitos dados a serem agregados e, parei no primeiro cd. Torço para que a carreira dele dure muito... 
Infelizmente não terminei, Dei uma parada falando do primeiro cd. Eu poderia esperar terminar e publicar tudo, mas como já publiquei uma vez, por ansiedade é por ansiedade que estou fazendo novamente, agora com um pouquinho mais de conteúdo.


A CHEGADA AO MUNDO "TRAZENDO CONSIGO" O ESPETÁCULO FALSO BRILHANTE



“São Paulo, 18 de março de 1975 



Junior, seja bem-vindo! 

Traga mais sorrisos, como se fosse possível, ao boboca do seu pai. 

Esperamos que o nosso nenê seja uma menina e que dentro de alguns anos você e ela sacudam o Brasil como o fizeram o seu velho e cansado pai e a velha dela. 

Felicidades bichinho! 

Deus te guarde e te cubra de bons fluidos! 

Todo carinho e uma montanha de beijos dos seus amigos e irmãos 

César, Elis e João” 

(Transcrição da carta que Elis escreveu para, o então recém-nascido, Jair Rodrigues Melo de Oliveira, ou simplesmente, Jair Oliveira)




Elis se enganou quanto ao sexo do nenê. Exato um mês depois de escrita essa carta, no dia 18 de abril de 1975 às 18h45, nasce no Hospital e Maternidade São Luiz, na Avenida Santo Amaro, 800, em São Paulo, um menino, o pequeno Pedro, que segundo informações, foi registrado como PEDRO CAMARGO MARIANO, mas o que importa mesmo, é que hoje ele é: PEDRO MARIANO 
O parto parece que foi tranquilo, com a presença do pai (coisa que não era tão comum para a época) e também é o que conta a Jornalista Mônica Figueiredo em seu depoimento para o livro de Regina Echelveria, “Furacão Elis”, diz a Jornalista: 

"Quando Elis ficou grávida do Pedro, a levei no doutor Cláudio Basbaum. Tinha lido uma matéria no Jornal da Tarde e Elis comprou o livro, traduziu...Já sabia tudo sobre o parto Leboyer quando foi ao médico. 
Depois do parto do Pedro ela voltou para o quarto sentada na maca, às gargalhadas" 
(Esse parto é uma técnica que chegou ao Brasil em 1974, no qual se tenta amenizar ao máximo o trauma do nascimento para o bebê)


O dia 18 de abril de 1975 caiu numa sexta-feira, véspera de feriado prolongado. Nos jornais do dia a previsão do tempo anunciava tempo bom, sem chuvas. Não deve ter chovido mesmo, pois no dia posterior a previsão era de “mais calor”. As manchetes no dia chamavam a atenção para a Ásia; o Camboja depois de 5 anos de luta interna muda de rumo, o partido comunista toma o poder. O Brasil discutia a lei do divórcio; e também se assustava com a epidemia de Encefalite e Meningite. Em São Paulo, esse era o segundo dia de trabalho do Prefeito Olavo Setúbal na sede da Prefeitura, que funcionava no Ibirapuera; Maria Bethânia fazia temporada de shows de terça a domingo no Tuca, com preços de ingresso de Cr$ 40,00 a Cr$ 50,00 (inteira) e o salário mínimo nessa época era de Cr$415,00 (bem parecido com a média de preço “aceitável” de shows de hoje e o salário mínimo). A novela Gabriela estava em seu 5º capítulo (era a “novela das 10”); no cinema: Aeroporto-75, 007 Contra O Homem com a Pistola de Ouro. No futebol: o São Paulo era o primeiro colocado no campeonato paulista e acabaria levando o título do ano. 

Com a Avó Ercy e o irmão João_Revista Veja
Em um programa na net (RaceTv), em 2009, o apresentador Carlos Lua (fã dos Beatles) disse ao Pedro que no mesmo dia 18 de abril de 75, John Lennon lançou na Inglaterra um compacto com a canção "Stand By Me". (Taí uma música que um dia ele poderia regravar). 

Pedro é o primeiro filho da união de Antônio César Camargo Mariano e Elis Regina Carvalho Costa. Por conta disso, Elis dizia que eles tinham dois primogênitos. Os dois já traziam outros filhos de relacionamentos anteriores; ele, o filho Marcelo Mariano, hoje músico, baixista de mão cheia; ela, o filho João Marcello Bôscoli, hoje também, músico, produtor e sócio na gravadora Trama.

Pedro chegou a casa na Rua califórnia em São Paulo carequinha e quando os cabelos resolveram crescer, ainda bebê, segundo sua avó materna, Dna. Ercy, cresceram encaracolados e aloirados. Tanto que ela o chamava de "Anjinho Barroco", e segundo o próprio Pedro, sua mãe o chamava de "Anjinho do Pau oco" (mas ele era só um bebê).

Muitos acreditam que uma criança, recém chegada em uma família, traz uma boa energia e muitas vezes é um sinal de mudança boa, e com Pedro não foi diferente. No livro "Solo César Camargo Mariano memórias”, ele conta que Pedro já havia nascido, era pequeno, quando Elis diz a ele, César, que gostaria de fazer um espetáculo, e o César capta a mensagem, pois ela não disse show...Nesse momento César movido por lembranças de quando era criança, dos grandes musicais, entende que nesse projeto a música seria uma arte entre tantas outras...e se empolga e os dois começam a trabalhar no que será sucesso de público e critica.

O espetáculo, Falso Brilhante estréia dia 17 de dezembro de 1975 e fica em cartaz, no Teatro Bandeirantes, de quarta a domingo até 18 de fevereiro de 1977, só não houve espetáculo, nas quartas feiras de cinza e nos Natais. E, pelo que entendi a temporada é encerrada porque Elis se descobriu grávida de Maria Rita e não poderia fazer certas cenas no palco.

Segundo César para realizar o sonho, de montar e executar o projeto, eles venderam tudo, ficando apenas com uma casa pré-fabricada, desenhada e projetada por ele na Serra da Cantareira e uma moto. E ele diz: 

“e, nos mudamos pra lá. O resto do dinheiro e mais uns empréstimos foram para o espetáculo. Nossos bens se reduziram então a uma casa e uma moto. Fazíamos tudo que era necessário em nosso cotidiano e com os filhos montados em uma moto: supermercado, colégio, médico, pediatra, ensaios...Elis ia na garupa, João sentava-se entre mim e ela, ficando bem protegido, e Pedro, como era bem pequeno, eu o colocava sentado no tanque de gasolina, com os pezinhos apoiados nos dois cabeçotes do motor; a alça da minha bolsa a tiracolo servia de cinto de segurança para o Pedro, que ficava colado em mim. Todos usando capacetes.” 




A casa pré-fabricada na Serra também era um sonho de Elis, em um vídeo de depoimentos sobre Elis, há um depoimento do João Marcello dizendo que assim que se descobriu grávida do Pedro, a mãe já pensou em se mudar para que seu filho não ficasse exposto à poluição da cidade. 
E foi assim que o clã se mudou para uma “casa no campo”. Existe um vídeo de Elis, grávida da Maria Rita, sendo entrevistada nessa casa, com Pedro e João ao fundo. O João estava sentado em uma pedra e o Pedro, querendo imitar o maninho, quase cai ao tentar subir também em uma, Elis percebe essa cena e durante a entrevista, fala sobre estar morando ali, naquele paraíso, e completa que o único perigo daquele lugar era o “Bofe” (no caso, o Pedro) cair da pedra e bater a cabeça. O incrível desse vídeo é que ela está de costas para eles, mas é mãe e vê o que acontece.

CRESCENDO E DEMONSTRANDO PERSONALIDADE

Eles deviam adorar aquele espaço todo, no “meio do mato”. Mas, com a vida dos pais artistas que estavam sempre trabalhando, viajando, eles acabavam indo junto. Em outra entrevista, essa para o Jornal da Tarde, em 1980, na época da turnê do show “Saudades do Brasil”, Elis conta que andava muito preocupada com os filhos por conta do vai-e-vem, da impaciência das crianças em ficar muito tempo fora de casa. Contou que o César costumava dizer a eles –“Vamos brincar de que a gente não tem casa?” - E aí lembra de um diálogo que travou com o Pedro no Rio de Janeiro, quando fez uma temporada no Canecão; segue o diálogo: 

Face do Pedro Mariano
Pedro: O Rio é legal né, mãe? 
Elis: É sim, é legal! 

Pedro: Tem praia, né? 

Elis: Tem, tem sim! 

Pedro: Tem sol né, mãe? 

Elis: Tem sol sim! 

Pedro: Ôh mãe, mas não dá pra voltar lá pra casa onde mora o Bernardo? 

– Bernardo era o cão São Bernardo da casa da Cantareira. (O mocinho já estava treinando as argumentações)

Sendo filho desses grandes artistas de nossa música, Pedro cresceu ouvindo muita “Música”, e aprendendo com os pais o trabalho dedicado à profissão e o respeito à ela, além da oportunidade de presenciar na sala de sua casa outros mágicos da música. Com dois anos já despertou atenção para uma música que veio a ser sucesso. Isso é o que conta Renato Teixeira ao falar para a Revista Veja do seu grande sucesso “Romaria”, gravada por Elis. Teixeira disse: 
Parece que o culpado foi o Pedro Mariano, filho dela, que a toda hora pedia pra tocar a música “caipira pira porá

Perto dos seus dois anos e meio ele ganha uma irmãzinha; Maria Rita chega ao clã. Na casa da Cantareira, Pedro se torna o filho do meio, o filho sanduíche. 
Sua mãe, além de cantar (isso todo mundo sabe), adorava cozinhar e receber convidados (isso nem todos sabem). Sobre uma dessas ocasiões há um texto em Word, assinado por Silvio Lancelloti e que foi compartilhado entre alguns fãs, anos atrás. Eu fui atrás de confirmar a veracidade com Silvio Lancelloti, que me disse ser ele sim o autor do texto e a história ser “absolutamente verdadeira”. Trata-se de uma história deliciosa e engraçada que segue abaixo:


“POR SÍLVIO LANCELLOTI , DA COLUNA ´´COISAS QUE VIVI ``- REVISTA FLASH - 2003 


O coiote da Elis 



Finalzinho da década de 70, princípio da década de 80. Amigo de Elis Regina e César Camargo Mariano, que me chamavam, libertária e carinhosamente de Gordo, eu freqüentava, com a família toda, a sua casa – antes no Brooklin e depois na Serra da Cantareira. 




Elis adorava realizar lautas peixadas em honra aos meus pais, Helena e Eduardo, para ela a Nena e o Edu.. Enquanto César e eu produzíamos os aperitivos, os nossos filhos zoavam. E quantas e quantas vezes não tivemos que apartar as desavenças entre João Marcelo, pimpolho de Elis com o Ronaldo Bôscoli, e o meu primogênito Dado – ambos queriam ser o Batman, detestavam o papel de Robin na dupla dinâmica. 


Certa ocasião, na Cantareira, enquanto a minha Daniela brincava de Barbie com a Maria Rita da Elis e do César, percebemos todos que o Pedro, rebento do meio dos dois anfitriões mantinha-se isolado, acabrunhado num canto da varanda. João me informou com razão. Pedro adorava imitar os sons dos bichos em geral. Elis, de todo modo, o advertia de que os visitantes poderiam não gostar do barulhão. Pedro que se contivesse. Não resisti, me aproximei do garoto e disse: Pedro, você sabe uivar como um coiote? Instantaneamente, Pedro abriu um sorrisaço e passou a uivar. Magnificamente, aliás, para o constrangimento da Baixinha e para as gargalhadas dos restantes. Acabo de comprar o CD que César gravou com o Pedro, o espetacular Piano e Voz. Ah! Que cantor e que intérprete fenomenal, como a mamãe, aquele coiote sapeca enfim virou...``


(Não que eu desconfiasse da história, afinal, o que hoje ele faz com a voz, não é de se duvidar que imitasse bichos e bichos, é que sabem como é a Internet, né?! Não custava confirmar) 

É, esse dom transpirava pelos poros. Sua mãe foi a primeira a notar, segundo ele mesmo disse em uma entrevista para a rádio CBN em 2006. Ele relembra que deveria ter uns 3 anos, estava sentando na mesa (é “na mesa” mesmo, e não “à mesa”) e a mãe disse apontando pra ele: 
“Isso aqui canta que é um desassossego! Aprende as vezes as músicas até antes de mim mesmo"
E.T Vi um vídeo desse exato momento e ele já tinha uns 6 anos. 
Nessa mesma entrevista para a CBN, ele fala do irmão João Marcello, outro que via nele um intérprete em potencial. Quando ele ainda tinha apenas 5 ou 6 anos, o João (quase 5 anos mais velho) ligava os fones de ouvido na entrada de microfone e entregava pra ele que usava como microfone e cantava. Enquanto isso, o João gravava. E pasmem...eram músicas do grupo “Earth, Wind & Fire” e "Kool & The Gang". Com essa idade o inglês não deveria ser lá essas coisas, mas ele cantava, na base do embromation, mas cantava. Bem que essas fitas podiam existir, né? E ser compartilhada, claro! 

Fora isso, ele era uma criança normal. Em uma entrevista falando sobre a mãe para o Jô em 95, ele contou que uma vez foi procurar uma bola de tenis debaixo da cama com uma vela, e quase provocou um princípio de incêndio, claro que levou uma bronca da mãe.

Aos seis anos ocorre a separação definitiva dos pais. Elis resolve se mudar, com os filhos, para um apartamento no Jardim Europa na Rua Melo Alves. 
Perto de completar 7 anos, ele perde a mãe, e o Brasil perde uma das maiores cantoras que o país já teve.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

CRÔNICA DE UMA FÃ Nº18

Estamos em 2006, 2006 kkkk nas minhas memórias cronológicas. 
Depois do show em janeiro na Riviera de São Lourenço, ele só voltaria a São Paulo, quer dizer, só faria show em Sampa, na Capital, no dia 05 de maio, show grande, pois era show em casa de show de respeito, o antigo Palace, então rolava cenário, e o repertório era completo da turnê, toda uma produção pra fazer acontecer o show, preço também era mais salgadinho, mas não deixávamos de ir, era uma turma muito boa e de respeito. Os encontros, os TPMs nos uniu mais ainda, depois do 1º, já marcamos o segundo, a ideia era pra ser próximo do niver dele, e coincidentemente, seria próximo também do show do dia 05 de maio, dai, o Rodrigo conseguiu com a produção pares de ingressos para ser sorteado no encontro, na realidade, ele foi dado como prêmio para a brincadeira que realizamos, o Quiz. Esses Quiz entraram para a história dos encontros, o Rodrigo sabia elaborar, imaginem a Selma tentando fazer mimica da canção DISRITMIA , do Jair Oliveira, kkkk foi muito cômico. 

A Luziara.super fã do Pedro, moradora da cidade de Fortaleza, nunca tinha ido ao show do Pedro, ela já conhecia o Pedro antes de 2000, ou seja, conheceu ele no começo da carreira, ela diz que o viu pela primeira vez no Video Show falando de Elis, começou a ouvir na rádio Encontros e Lua pra guardar e foi atrás do CD "Pedro Camargo Mariano", comprou o CD e mandou o encarte do Cd com uma carta para a gravadora Trama, endereço que ela conseguiu com a Claudine, mãe do Jair. Pedro já havia saído da Sony. A carta chegou Pedro autografou o CD e respondeu...muito justo! Foi demais para o coração da mulher. Mas, nada do homem ir fazer o show em sua cidade, diga-se de passagem a primeira vez, foi só em 2010. E, devido a esse histórico e as amigas doidas de Sampa, não precisou muito pra convencer de ela vir para cá.

A mulher veio, teve recepção no aeroporto, noite de pizza no ap da Germana, depois viemos pra minha casa, pois no dia seguinte era dia de show, e no dia após o show, no domingão, teve mais atividade cultural, mais show de outros artistas, e todos gratuitos no shopping (não lembro qual Shopping) Guilherme Arantes e Flavio Venturini e no Sesc Itaquera Zeca Baleiro, a cearense não pode reclamar.
E o dia 05 de maio de 2006 pode dizer que foi dela, e deixamos ela curtir ele bastante no momento do camarim, esquecemos até de fazer o agrega com ele e com ela junto, claro, mas acho que valeu o agrega com o Matsu. E nessa época ainda não era "agrega".
Agora sobre o show, primeiro a grande surpresa da noite, não do Pedro, a grande surpresa veio da plateia, e da "nossa" plateia. 
Como eu disse, nessa época agitávamos mesmo ir nesses shows, e ainda comprávamos no "gargarejo", queríamos ficar juntas e perto dele. Logo que ficávamos sabendo que teria o show, já combinávamos para comprar assim que abrisse as vendas, a Fá já comprava para alguns, a Marisa e a Deia também já se juntavam, eu ia, pessoalmente pra não pagar a taxa kkk (de inconveniência kkk, comprava outros) e assim íamos fechando as mesas da frente. Claro que o lugar da Luzi foi também garantido. E nessas de estarmos muito próximas, quando o Pedro cantou Quase Amor, veio as benditas palmas ritmadas, do meu lado direito, a Vivi Lisboa, integrante de escola de samba, entendeu o arranjo da canção e puxou, e ai a gente foi no embalo, e as palmas foram ganhando mais força, ficou lindo! Tão lindo, que, assim que acabou a canção, Pedro Mariano aplaudiu, e o gesto foi de aplaudir a participação da plateia, dá pra saber quando é agradecimento pra plateia, e quando é para os seus músicos. E se alguém tivesse dúvida bastava ler os lábios dele. Ele olhando para o Marcelo, que nessa turnê ficava do lado direito dele, e aplaudindo a gente, sorrindo aquele sorriso lindo, e dizendo FICOU BOM PRA CARALHO!!! kkkk E se ainda assim, pairasse alguma dúvida, no show seguinte no shopping ele deixaria mais claro, que essas palmas o marcaram, mas ai é uma outra história.
Terminado o show eu estava com uma música na cabeça desde a cirurgia da vesícula em janeiro em que fiquei curtindo um pouco de Raul Seixas (cds que a Fá emprestou) "Pedro onde cê vai eu também vou" e meio que combinei com a galera, mas fiquei no vácuo. A ideia era depois do final do show, e pra chamá-lo para o bis, cantarmos "Pedro onde cê vai eu também vou" eu cantei e ele ouviu, acho que mais um ou outro cantou junto comigo, ele ouviu porque voltou ao palco pra fazer os agradecimentos de praxe, e cantar Como Nossos pais, voltou dançando no ritmo (ehehe) eu vi viu Pedrinho! E não me esqueci.
Outra coisa que queria fazer e que também meio que combinei, é que no camarim era pra cantar "Menino Bonito" da Rita Lee, sabe aquela: 


Lindo! E eu me sinto enfeitiçada / Correndo perigo / Seu olhar / É simplesmente Lindo!...Mas também não diz mais nada / Menino bonito / E então quero olhar você / Depois ir embora / Ah! Ah! / Sem dizer o porquê / Eu sou cigana / Ah! Ah! / Basta olhar prá você... /
Então, a Luzi fez a festa, mostrou a carta, deu presente, tirou a foto, conversou e nós ficamos conversando com a primeira dama e a Suzy (produtora dele à época) sobre a Luzi. A primeira dama estava grávida, e já sabíamos, pois, ele fez show no Rio dia 20/04 e a barriguinha já estava aparecendo, tímida, mas já estava e o povo de lá confirmou pra gente. Então, nessas de deixarmos ela a vontade com ele e nós no outro lado também conversando, esquecemos de cantar pra ele, mas ai, quando eu já ia saindo lembrei, parei na porta, a Vivi Lisboa do meu lado e comecei a cantarolar, ele já estava com outras pessoas, nem lembro se era da galera, mas fato, que eu comecei a cantar e a Vivi me ajudou: A gente foi dizendo "Lindo! E eu me sinto enfeitiçada, correndo perigo, seu olhar (e ai a minha surpresa) ao soltarmos o "SEU OLHAR", ele estava de cabeça baixa autografando um cd e ai levantou a cabeça, olhou para nós na porta, arregalou os olhos,  e deu um sorrisinho...ganhei minha noite...duas vezes kkkk ou seria três, a felicidade dele por conta das palmas em quase amor, a dança ao ouvir eu berrando, tentando cantar "pedro onde cê vai eu também vou" e O OLHAR E UM SORRISO pra terminar a noite, acho que ele gosta da Rita Lee. kkkk

Fotos: 04, 05 e 06 de maio de 2006

bjs
Neli

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A VOZ CANTA THE VOICE

Foto do Face Marcelo Elias
Esse ano, Pedro Mariano foi um dos artistas convidados, pelo Estadão, para homenagear uma das vozes mais marcantes do século passado (que não está tão distante assim), homenagear Frank Sinatra, "The Voice", os olhos azuis que esse ano, no dia 12 de dezembro completaria 100 anos.
Ele entrou no Estúdio da Trama no dia 23 de outubro de 2015, acompanhado de Marcelo Elias que fez o arranjo para a canção escolhida The Shadow of your Smile o video teve produção de João Marcello Bôscoli e Julio Maria. O Pedro postou uma foto no instagram deixando muita gente curiosa, inclusive eu, Marcelo Elias que tirou uma das dúvidas, sobre a canção, e ele depois em entrevista tiraria outra dúvida, o que era esse Projeto? Ele disse que o estadão resolveu fazer essa homenagem convidando outros artistas além dele e em dezembro disponibilizaria os vídeos das canções.
Instagram @pedromarianooficial
Eu sou fã do Pedro há 15 anos, sei que Sinatra é um dos artista que ele admira, imaginava ele cantando, mas a imaginação não é real, é imaginação, e confesso que sempre crio expectativas ótimas em relação ao trabalho do Pedro, isso as vezes é um perigo, pois expectativa demais pode frustrar.
Porém, nunca fiquei frustada em relação aos trabalhos dele, mas dessa vez, fiquei foi encantada demais, achei que ele superou as minhas expectativas, não sei se é porque a minha expectativa é que a canção fosse muito alterada, mas ele não fugiu do original, para mim ele se transportou no tempo, a voz e sua forma de interpretar me fez viajar também e eu gostei disso...Gostei de ver o quanto que A MINHA VOZ (ele é a minha voz) tem do The voice. Um comentário que li no video é que ele pode cantar os clássicos que ele quiser...e eu também acho, ficará maravilhoso, 


bjs
Neli

domingo, 6 de dezembro de 2015

VALEU FORTALEZA!! VALEU PEDRO!!!

Por Márcio Fernandes

Enfim, depois da palestra chega finalmente o grande dia, o show!! 
Sai de casa por volta das 19:00hs e no caminho peguei um transito terrivel até o Dragão do Mar. Notei que a minha pressa e ansiedade pra chegar logo era em vão pois nem o anfiteatro estava aberto ainda, tudo estava escuro, mas, eu queria chegar logo. Tinha combinado com a Gizele que a esperava na bilheteria do anfiteatro. Quando cheguei não havia ninguém ainda. 
Foto Luiz Alves
Passou um tempo e apareceu um rapaz que estava na palestra do Pedro no dia anterior, perguntei a ele o que ele tinha achado sobre, e ele foi bastante direto e disse que tinha gostado muito. E eu claro, derramei milhares de elogios ao Pedro. O rapaz estava preocupado se o anfiteatro iria ou não lotar, eu disse a ele que se acalmasse que apesar de morarmos na terra do forró tinham muitas pessoas que tinham um bom gosto musical muito apurado, e que logo logo o anfiteatro estaria lotado, pois foi assim no último show que ele fez em Fortaleza neste lugar. 
Foto Luiz Alves
Com passar do tempo as pessoas foram chegando e de repente já estava aquele aglomerado de pessoas ansiosas e curiosas pra assistir a mais um show do nosso ídolo Pedro Mariano. Voltei a ver o rapaz novamente e disse a ele´´ Não te disse que lotaria? É porque o pessoal daqui tem esse costume de chegar mesmo quase na hora dos shows, sempre assim, independente do artista que seja. Já eram mais de 20:00 e o anfiteatro ainda não tinha liberado a entrada das pessoas, e a fila ficava cada vez maior.
Foto Luiz Alves
De repente começaram a liberar a entrada, eu fui logo pra primeira fila, mas ao chegar lá me deparei com a maioria das cadeiras reservadas para os clientes Bradesco, claro, nada mais justo, afinal era o patrocinador do show e graças a eles estavamos tendo a oportunidade de assistir a um show do Pedro mais uma vez na nossa cidade. Eu notava a felicidade e ao mesmo tempo a ansiedade que tomava conta dos rostos das pessoas dentro do anfiteatro, até mesmo do meu rosto. Fiquei na segunda fila de cadeiras junto com alguns amigos que encontrei por acaso, que nem sabia que estaria lá no show, fiquei feliz claro, pois sabia que eles iriam assistir a um grande espetáculo, uma voz potente e poderosa que não se via ha tanto tempo na nossa música, resumindo: O Pedro é pra mim o melhor cantor da atualidade e digo isso sem tirar e nem por, porque é verdade mesmo. 

Foto Luiz Alves
Foto  Marcio Fernandes
Ao sentar avistei a mesa onde estava vendendo os CDS e DVDS do Pedro Mariano, lá estavam exposto, Elis por Eles, Pedro Mariano 8, e o CD e DVD Pedro Mariano e orquestra,tinha perguntado ao Pedro no dia da palestra se o CD estaria a venda? E ele disse que sim. 
Bem, sentamos e ficamos esperando o show. Quando de repente ele entra com a música Simples, uma música que gosto mais ou menos e me faz lembrar dessa minha grande e querida amiga Neli.
Foto Luiz Alves
Enquanto ele cantava passava um filme na minha cabeça pois essa música também é a que abre o show do cd passado o 8 que eu assisti o lançamento em Brasilia. Passaram se algumas músicas e ele começou a falar com a plateia. Disse que esse era o penultimo show desse projeto, e que Fortaleza recebia mais uma vez esse show com orquetra, mas ele não lembrava o nome do teatro que ele veio em setembro de 2013, pediu nossa ajuda e todos gritaram via sul. 
Ele disse que gostou muito do via sul, mas que preferia que o show tivesse acontecido ali mesmo onde ele estava naquele momento, o anfiteatro Dragão do Mar, que é um lugar que tem uma energia incrível e que ele gostou dali desde o primeiro show que fez em 2010 que foi o show do CD Incondicional!! Ah, esqueci de dizer que o show começou com apenas 15 minutos de atraso. Quase no final ele cantou uma música que não está no DVD e que seria uma homenagem a sua mãe, a grande Elis Regina, O bebado e o equilibrista e foi super aplaudido logo depois.
Foto Luiz Alves


Terminou o show e formou aquela fila enorme para falar com ele, tirar fotos e autografos. Fui pra casa mais encantado ainda com tudo o que vi, e claro, mais fã do que já era.

Fotos: Pedro Mariano e Orquestra_Anfiteatro Dragão do Mar_Fortaleza_CE_03/12/2015

sábado, 5 de dezembro de 2015

PELA ORDEM...FORTALEZA!!!

A presença de Pedro Mariano em Fortaleza, pela ordem dos fatos:

Por Márcio Fernandes


A palestra com o Pedro Mariano no Porto Iracema das Artes estava prevista para começar ás 19:30 do dia 02 de dezembro. Cheguei lá por volta de 18:30, e logo entrei dentro do Porto de Iracema, como estava sozinho não quis ficar lá fora. Estava esperando minha amiga de shows Gizelle, que demoraria um pouco ainda pra chegar, tanto que chegou a palestra já tinha começado. Sentei sozinho numa mesa da cafeteria que fica dentro do Porto de Iracema, já estava fechado, mas podia ficar lá.

Foto Márcio Fernandes
Quando deu mais ou menos 19:00hs e alguma coisa, passa pela a mesa que eu estava sentado aquele moço de bermuda preta e pernas a mostra , tenis e blusa de botão branca. Juro!1 Quase infartei na hora que ele passou ao meu lado, mas fiquei na minha, não falei nada e o deixei passar por mim sem dizer absolutamente nada. Com um pedaço chegaram as meninas Luziara, Erilene e outra que conheci nesse dia e não sei o nome. Elas vieram falar comigo e como estava só fui pra mesa ao lado onde elas tinham sentado. Ficamos conversando e enquanto isso a Luziara me mostrava os jornais locais que o Pedro tinha saido no dia da palestra, obviamente falando sobre o show também. Com um pedaço desce alguém do teatro nos mandando entrar pois a palestra já iria começar. Entramos e ao abirir a porta já dei de cara com o Pedro vestido na mesma roupa que passou por mim. Sentei na primeira fila de cadeiras e logo comecei a preparar a máquina pra gravar. Claro, a ideia era gravar tudo, até porque teve muitas coisas legais que ele contou, mas percebi que ele não estava gostando muito da filmagem, e fiquei com medo de ser chamado a atenção por ele, que aliás se eu demorasse mais uns tres segundos, ele faria isso sim. Desligado a máquina fiquei observando a conversa dele que por sinal estava bastante interessante.Entrei com um monte de perguntas na minha cabeça e essas perguntas foram se desmontando da minha cabeça ao passar do tempo e das coisas que ele contava, parecia que minhas duvidas estavam sendo respondidas ali naquele momento.
Foto montagem Gizelle Ribeiro
O ponto alto da palestra foi quando ele disse que um dia já fez algo que detestava só porque a gravadora pediu, falou que tem 4 músicas que ele detesta, mas não falaria o nome, pois o compositor era amigo dele e não pegava bem. Na hora lembrei de uma Lua pra Guardar, e brincando com ele falei, eu sei de uma, ele olhou e disse não vou dizer, e eu olhei pra ele e disse novamente, tudo bem, mas eu sei qual é. Ele não deu mais importancia e começou a falar sobre o trabalho que é ser um artista independente. ALguém na plateia pediu a ele que esclarecesse a história do CD que ficou preso pela gravadora, e ele lançou pelo selo Nau. Uma hora ele disse que jantaria conosco, pederia pizza, claro que não acreditei porque sabia que era brincadeira, mas ele já estava morrendo de fome. Quando terminou a palestra ele nos atendeu, tirou fotos e autografou quem levou cd ou dvd. Ele estava sensacional, tanto que fiquei tirando brincadeira com ele quase o tempo todo. Ele estava ótimo!! Super bem humorado e animado.


Pedro Mariano_Porto de Iracema_Fortaleza_CE_02/12/2015